Novamente Juntos
(Antônio Carlos (Espírito))
Obra psicografada por Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, conta a história de Ana, uma jovem de quase vinte e quatro anos e aparência um tanto comum.
Ana a caçula dos irmãos e a única solteira morava com o pai, a mãe havia morrido há anos. Ela cuidava da casa e trabalhava numa loja. O pai, a irmã e a cunhada a auxiliavam nas tarefas domésticas, de modo que não lhe pesava a arrumação da casa.
Ana namorava as escondidas porque o pai e os irmãos não aceitavam o rapaz, sempre lhe dizendo que ele não prestava, que eles não sabiam quase nada a respeito do mesmo e que podia até ser casado. A jovem não dava ouvidos, achava que todos estavam com implicância e continuara os encontros.
Certo dia Ana desconfiara de gravidez e fora fazer os exames, deu positivo e ela ao contar a Gilberto, o namorado a abraçou alegre.
"Ana, que alegria! Nosso filho será lindo como você. Estou muito contente!
- Gilberto, iremos nos casar, não é? - Perguntou a moça,
nervosa.
- Ana, já não tenho como esconder... Fiz muitas coisas erradas em minha vida... Era bem
moço, estava com vinte e um anos quando engravidei uma namoradinha e tive de casar. Nunca a amei e nosso relacionamento não durou muito. Perdoe-me! Diga, Ana, por Deus, que me perdoa!"
Gilberto convidou Ana para ir morar com ele na casinha onde vivia, prometendo lhe arranjar uma casa maior e melhor assim que seu ordenado aumentasse. Ela aceitou, apesar dos protestos e ameaças da família, de que nunca mais queriam que ela voltasse àquela casa.
A vida de Ana mudou vertiginosamente. Acertou no emprego porque o dono da loja não aceitava moças casadas, a vida dela foi se tornando cada vez mais difícil. Arranjou um serviço de fazer salgados para o dono do bar da esquina. Filho pequeno, muito trabalho e Gilberto cada vez mais ausente; frequentava bares, bebia e demorava chegar em casa e ainda batia nela por coisa nenhuma.
Ana engravidou novamente e teve outro lindo filho. Tinha que trabalhar dobrado, começar de madrugada e dormir muito tarde. Seus filhos adoeceram e tiveram de ser internados, o médico dissera que eles estavam subnutridos. Conseguiu com umas senhoras que faziam assistência social uma cesta de alimentos por mês e roupas, que lhe eram de grande valia, porque Gilberto agora só pagava o aluguel.
Ana compreendeu tarde a repulsa de seu pai e seus irmãos, se arrependeu amargamente do que fez, mas tinha seus filhos queridos e só podia contar com a ajuda da caridade alheia e o apoio de duas vizinhas que se tornaram suas amigas.
Aninha a mulher de Gilberto morrera e eles ficaram com as duas filhas dele, aumentando assim as despesas. As meninas eram educadas e amorosas, Ana as conquistou e passou a cuidar delas como se fossem suas filhas.
Um dia Gilberto chegou mais cedo e disse a Ana que eles iam viajar para uma cidade distante, que ele havia comprado um carro e aceitado uma proposta de trabalho, mas ela não podia contar a ninguém. Ana totalmente confusa queria ao menos despedir de suas vizinhas, mas ele a ficou vigiando e fez com que ela colocasse as poucas roupas que tinham em sacos e a meia noite levou para o carro que tinha deixado há algumas quadras de casa.
Ana não entendia o que estava acontecendo mas o acompanhou quando ele voltou e disse para ela levantar as meninas que deveriam segui los, ele levaria um dos pequenos, ela o outro. Só depois que eles
estavam longe, Gilberto começou a rir e contar como fora esperto, com o dinheiro do acerto de contas da firma e mais algum que trapaceara no jogo, pagou a entrada do carro e o resto nunca pagaria. Contou que tomara dinheiro emprestado dos vizinhos e vendera os poucos móveis que possuíam.
Ana ficara cada vez mais atordoada. Viajaram por quase três dias, fazendo mínmas paradas até que num trecho de subida de uma serra tiveram de parar por causa de um desabamento só passava um automóvel por vez. Gilberto deu ré para impedir que outro entrasse em sua frente, não consguira parar e caíra no despenhadeiro com os dois filhos dele e de Ana. Morreram na hora...
Ana e as meninas tinham ido ao banheiro quando voltaram, oh! que tragédia. Ela não sabia o que fazer, o senhor que morava na beira da estrada ofereceu se para sepultar os corpos e assim o pouco de dinheiro que lhe foi entregue da carteira de Gilberto ela pagou o serviço.
O mesmo senhor informou lhe que um restaurante a beira da estrada estava precisando de uma funcionária e lá foi ela com as meninas, sofreu muito até que apareceu um senhor bondoso que gostou muito dela e a convidou para morar com ele em sua chácara perto da cidade.
O senhor Gustavo fora um refrigéreo na vida de Ana e das meninas após terem sofrido misérias no restaurante, onde as garotas ficavam trancadas num quartinho em que dormiam com Ana numa única cama de solteiro.
Ana se tornara espírita e auxliara Gilberto a se libertar do pesadelo em que vivia, mantendo pensamentos de vingança. Anos mais tarde Gustavo desencarnara nos braços de Ana e ela o seguira seis anos depois, e então, novamente juntos!
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