Che
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O diretor Steven Soderbergh mostra no filme Che a história do médico argentino que tornou-se guerrilheiro e foi uma das figuras centrais da Revolução Cubana, foco secundário da película. O roteiro não traz grandes novidades, a não ser descrever amiúde a atuação de Che no período que antecedeu a queda do ditador Fulgêncio Batista.
Para quem nada sabe sobre os primórdios da revolução, vale a pena. Che, um guerrilheiro idealista (não é redundância, porque houveram guerrilheiros mercenários, na Sierra Maestra), sem perder a ternura, mostra inteligência, perspicácia, bom humor e... inocência.
A história contada por Soderbergh deixa a desejar no quesito "conspirações" dentro da própria guerrilha, como se todos os revolucionários, em especial o comandante-em-chefe Fidel Castro, lutassem pela mesma causa. Como a história mostrou, já na primeira década do país sob comando dos revolucionários, Fidel mostrou-se tão ditador quanto Batista.
O filme reproduz histórias oficiais, em um momento em que o mundo pede histórias reais. Poderia ter abordado os anos posteriores ao da Revolução, a trajetória de Che e a traição de Fidel, que levou este e outros companheiros (Camilo Cienfuegos) à morte. Sobre estes fatos já há vários livros publicados. Fica a dúvida sobre o patrocínio do filme, quem está interessado em divulgar esse tipo de história, às vésperas do escancaramento de Cuba ao mundo.
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