Giordano Bruno
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Giordano Bruno nasceu em Nola (o Nolano), província de Nápoles, na Campônia, Itália, em 1548, foi batizado com o nome de Filippo Bruno. Era filho de João Bruno, militar, e Flaulissa Savolino. Foi para Nápoles em 1562, estudar humanidades, lógica e dialética.
Giordano Bruno teria sofrido muitas influências durante o período de sua formação. É especialmente atraído pelas novas correntes de pensamento, entre as quais as obras de Platão e Hermes Trismegistus, ambos muito difundidos na Itália ao início do Renascimento. É a época dos grandes debates no Concílio de Trento (1545-1563), convocado pelo papa Paulo III para discutir estratégias na contra reforma protestante.
É possivel que as discussões ousadas que ocorriam em Trento, sobre temas controversos da religião e da filosofia, influíram no espírito de Giordano Bruno. Aos 17 anos, Bruno recebe hábito de São Domingos, no convento de San Domenico Majore, em Nápoles, muda o nome para Giordano. Ordenado sacerdote em 1572, continuou no convento seus estudos de teologia, que concluiu em 1575. Intolerante com a ignorância dos colegas de claustro; aborrecia-se com as discussões de sutilezas teológicas. Leu dois comentários proibidos de Erasmus e discutia desassombradamente a heresia de Ariano, que negava a divindade de Cristo. Sua excepcional habilidade com a arte da memória viria a atrair tutores, e foi levado a Roma para demonstrar suas habilidades ao Papa.
Suas tendências heterodoxas chama a atenção da Inquisição em Nápoles. Em 1576 deixou a cidade para escapar a um processo de heresia instaurado pelo Provincial da ordem. Fugiu e sua vida passou a ser uma constante fuga. A esta altura é um homem sem pátria e sem Igreja.
Foi preso e levado pelo Santo Ofício com todos os seus papeis, Bruno defendeu-se admitindo alguns erros teológicos menores, insistindo, no entanto, nos seus postulados básicos. O palco do julgamento veneziano parecia proceder de modo favorável a Bruno, quando então a Inquisição Romana pediu sua extradição por solicitação insistente do Papa. Este curioso sobre a personalidade de Bruno e o conteúdo do processo com respeito a suas idéias, o tribunal de Veneza o encaminha a Roma, e em janeiro de 1593 Bruno entrou na cadeia do palácio romano do Santo Ofício. Em Roma, um frade, Celestino de Verona, junta novos testemunhos acusadores. Inicia-se um novo processo em 1593, este mais sério, acompanhado de torturas, e que haveria de prolongar-se por sete anos. O papa Clemente VIII (1592-1605) viria a ter papel decisivo no julgamento de Bruno.
O papa encarregou o cardeal Belarmino (1542-1621) de analisar e acompanhar o processo de Giordano Bruno. Ele extraiu das obras de Bruno 8 heresias; as quatro mais graves são duas teológicas e duas filosóficas: Teológicas: (a) negaria a transubstanciação; (b) prioridade ideal e real do Pai e da subordinação do Filho, este originado de um ato da vontade do Pai, que lhe é preexistente. Filosóficas: (a) pluralidade dos mundos (os atos divinos devem corresponder à potência infinita de Deus) implicaria também várias incarnações de Cristo um número infinito de vezes...(raciocínio tipicamente escolástico), e (b) alma presente no corpo como o piloto no barco.
Durante os sete anos do julgamento romano, Bruno a princípio desenvolveu sua linha defensiva prévia, negando qualquer interesse particular em questões teológicas e reafirmando o caráter filosófico de suas especulações. Essa distinção não satisfez os inquisidores, que pediram uma retratação incondicional de suas teorias.
Bruno faz sua defesa sempre tentando convencer os inquisidores 1.) da legitimidade das suas idéias filosóficas e da possibilidade de concilia-las com a revelação religiosa, e 2.) alegando que a acusação toma peças isoladas do contexto de seu trabalho, e 3.) que não sabe sobre o que se emendar. Bruno finalmente declarou que não tinha nada de que retratar-se e que ele nem sabia de que se esperava que retratasse. Os inquisidores rejeitaram seus argumentos e o pressionaram para uma retratarão formal. A esta altura o Papa Clemente VIII ordenou que ele deveria ser sentenciado como um impenitente e herege pertinaz. A 20 de janeiro de 1600 Bruno é condenado. Ao final foi levado, a oito de fevereiro, ao palácio do Grande Inquisidor para ouvir sua sentença de joelhos, diante dos acólitos assistentes e do governador da cidade. Quando a sentença de morte foi lida para ele, ele dirigiu-se aos juízes dizendo: "Talvez vocês, meus juízes, pronunciem esta sentença contra mim com maior medo que o meu em recebe-la." Lhe foram dados mais oito dias para ver se ele se arrebentai. Não adiantou. Em 17 de fevereiro ele foi trazido ao Campo di Fiori, sua boca com uma mordaça, para ser queimado vivo. Foi levado ao poste e quando estava morrendo um crucifixo lhe foi apresentado, mas ele empurrou-o para longe com marcado desdém. Seus trabalhos foram colocados no Índex em agosto de 1603 e seus livros tornaram-se raros.
Ao final do século XIX intelectuais italianos redescobriram Bruno, tomando-o como símbolo do tipo de filósofo de vanguarda ousado e livre, e mártir da ciência e da filosofia. A idéia do universo infinito foi uma das mais estimulantes idéias do Renascimento.
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