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Comunicação (Parte 1) - Dicionário de Pensamento Contemporâneo
(Pedro Miguel Frade)

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A comunicação assume nas complexas sociedades actuais um estatuto de necessidade social, cultural e político-administrativa. O conceito de comunicação é palco de várias reflexões provenientes de horizontes teóricos, científicos, tecnológicos e operativos muito diversificados o que, como consequência, origina uma extrema diversificação dos usos do termo comunicação.

O principal obstáculo à integração dos conceitos e metodologias da crítica, teoria e ciências da comunicação referem-se à natureza das ligações que cada modo de saber mantém com interesses culturais, económicos e sociais, e ainda à natureza das instituições que cada um desses modo de saber representa.

Existe uma diversidade de domínios especializados aos quais a comunicação interessa como objecto de investigação, de técnicas e processos operativos, e como auxiliar na consecução de objectivos económicos, sociais, institucionais e políticos: a psicologia e a psiquiatria, as engenharias, a filosofia, a pedagogia, a teoria e a prática político-administrativa, a sociologia e a antropologia, o marketing, os estudos estratégicos e a prática militar, a computação e a investigação em inteligência artificial, a sócio-semiótica.
 
No âmbito da actuação das instituições ou organizações existem vários tipos de teorias da comunicação:
++ teorias científicas da comunicação, caracterizadas pela exigência de objectividade da própria ciência e do método científico;
++ teorias normativas da comunicação, respeitantes à tentativa de definir os processos de comunicação que se verificam em função de determinados valores sociais, culturais, éticos ou políticos;
++ teorias operativas da comunicação, respeitante ao saber específico que uma instituição de determinada área produz sobre o seu objecto e rotinas de trabalho.

Existem ainda as chamadas teorias espontâneas, ou do senso comum, que cada sujeito comunicante, singular ou colectivo, forma espontaneamente sobre a comunicação no seu relacionamento com indivíduos, grupos, organizações e instituições, meios de comunicação social, etc.
 
Estas teorias incidem sobre uma diversidade de processos de comunicação que podemos diferenciar em função, por exemplo, do âmbito social/relacional de referência:
++ Coextensivamente à sociedade global, abrangendo um público alargado, potencialmente expansível.
++ Interinstitucional e interorganizacional, ocorrendo entre interlocutores institucionais ou organizacionais envolvidos em trocas ou permutas não apenas comunicativas.
++ Intra-institucional e intra-organizacional, no interior de instituições ou organizações.
++ Intergrupal, ocorrendo entre grupos, estruturados ou não.
++ Intragrupal, ocorrendo no interior de grupos, estruturados ou não.
++ Interpessoal, ocorrendo entre pelo menos dois sujeitos individuais - díade relacional.
++ Intrapessoal, por um sujeito individual num processo  de comunicação que, num tempo variável, liga dois estados cognitivos qualitativamente diferentes

Na ordenação destes patamares consideram-se processos de complexidade decrescente a que corresponde um aumento significativo dos casos observáveis.

Está também implícito um sistema de ligação pressuposicional: no sentido ascendente, relações de possibilidade, no sentido descendente, de necessidade. Assim, um processo de comunicação que se estabelece ao nível da sociedade global implica necessariamente todos os outros patamares inferiores, enquanto que a ocorrência de um destes pode, ou não, implicar os que lhe são superiores.

1- Signos, Tipos de Signos, Símbolos, Código ou Códigos, Sistemas de Signos, Significante, Significado, Referente, Sentido, Denotação.
Abordagens que centram a sua atenção nas incidências semióticas, semânticas ou referenciais dos processos de comunicação, pela consideração de sistemas significantes como condições de possibilidade de estabelecimento de processos de comunicação no interior de determinada comunidade, e pela análise ou crítica da produção sinigfica que lhes é própria.

A comunicação humana faz apelo a vários códigos que, no interior de uma comunidade humana, funciona como sistema significante, i.e., como fundamento da possibilidade de encodagem e descodagem de actos portadores de sentido.

2- Linguagem Verbal, Língua, Fala, Discurso, Texto.
A matriz epistemológica é essencialmente a linguística.

3- Não-verbal
Este qualificativo revela o privilégio do linguístico em relação a todos os outros sistemas significantes dos processos de comunicação. A designação “não verbal” é aplicável a sistemas e práticas do sentido que pouco ou nada têm em comum entre si, como a imagem, os diversos tipos de gestos, reacções cinésicas como o afastamento em relação a uma presença ameaçadora, ou ainda reacções orgânicas culturalizadas como o enrubescimento do rosto.

4- Relação, Interacção, Sistema Relacional
Abordagem sistémica da comunicação incidindo na comunicação interpessoal, intra ou intergrupal. Predomina o ponto de vista do sujeito isolado inserido numa troca activa de comportamentos ou artefactos significantes - estrutura diádica.

Estas abordagens podem colocar ênfase na comunicação como processo sinergético, no qual os sujeitos trocam activamente informações e comportamentos significantes visando uma aproximação cognitiva, afectiva ou outra, ou na comunicação como processo cismogenético no o esforço comunicacional acarreta a clivagem dos que comunicam.

5- Transferência, Transmissão, Transporte, Processo, Canal, «Transportador» (conveyor), Via (path)
Abordagem essencialmente tecnológica dos processos de comunicação, caracterizada por modelos técnicos e metodologias quantitativas aplicadas à optimização do rendimento informacional dos processos de comunicação.

6- Situação, Contexto, Tipos de Contextos
Situação designa o conjunto dos elementos materiais e situacionais objectivos - p. ex. coordenadas espacio-temporais, características geográficas ou territoriais.
Contexto é um complexo de determinações de natureza muito diversa, com funções efeitos distintos.
Tipos de contextos - co-texto; contexto alético; contexto institucional; contexto psicológico; contexto deôntico; contexto ético; contexto político-ideológico.

( ver Parte II no link disponibilizado em baixo em  'Links Importantes')



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