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O abstracionismo é uma das mais discutidas escolas da pintura moderna.
Uma pintura abstrata pode ser definida como aquela cujas formas e cores não possuem relação direta com as formas e cores das imagens da realidade visual, em outras palavras, nada representam, nada descrevem ou narram figurativamente. Nada representar da realidade visual é a condição fundamental da pintura abstrata, porque certos pintores abstratos partem, algumas vezes, das formas visuais da realidade para chegar a formas e cores, visualmente inexistentes e, portanto, abstratas.
Apesar das restrições e estranhezas que provocou, o abstracionismo não é novidade absoluta na história da pintura. No passado, mais de uma vez, ocorreram formas e cores abstratas, desligadas completamente das realidades visuais. As primeiras manifestações, neste sentido, apareceram ainda na Pré-História, segundo estudiosos, entre os artistas da idade da pedra polida. Animados de intenções decorativas, negavam ou se abstraíam do verismo visual, nas representação as imagens do mundo exterior.
Conteúdo e Forma
No vocábulo de pintura, o conteúdo é aquilo que o pintor representa - uma paisagem, uma figura humana ou animal, uma cena ou episódio qualquer, religioso o profano, passado ou atual, flores, frutas, objetos, etc., quando a composição passa a se chamar natureza-morta. Forma é a maneira como o pintor utiliza os seus meios expressivos, isto é, as linhas e as cores, com maior ou menor talento, mesmo sem nenhum, para representar o conteúdo. Quando se diz forma, no entanto, não se quer dizer a habilidade manual e a rapidez na execução, como num retrato que de tão bem feito e parecido só falta falar. Essa habilidade manual de fazer bem e depressa se chama pejorativamente virtuosismo ou maneirismo.
Kandinsky e o Abstracionismo
O próprio Kandinsky conta, com simplicidade, como chegou à pintura abstrata. Entrando certa vez no atelier deu de olhos num quadro de sua autoria, colocando de tal maneira que não percebeu de imediato o conteúdo, isto é, aquilo que o quadro figurativamente representava. Percebeu apenas a forma, entendida, no caso, como as linhas e cores, sem representação figurativa. Sem nada representarem figurativamente, as cores e linhas do quadro lhe pareceram dotadas de particular e intensa beleza. Corrigindo a posição do quadro e percebendo agora o conteúdo, verificou que as linhas e cores perdiam a particular e intensa beleza. Corrigindo a posição do quadro e percebendo agora o conteúdo, verificou que as linhas e as cores perdiam a particular e intensa beleza, que antes possuíam, quando livres de qualquer representação figurativa.
Esse fato banal intrigou Kandinsky, estudioso de teosofia e inclinado às especulações do conhecimento supra sensível. A propósito, fez inteligentes observações reunidas em livro - O Espiritual na Arte.
O Abstracionismo Informal
No abstracionismo informal, as formas e cores são criadas impulsivamente, no livre curso da emoção, com absoluto predomínio do sentimento. Em contato com o real ou com a natureza, o pintor informal abstrato expressa uma emoção em lugar de representar uma imagem criada ou composta intelectualmente.
Muitos abstratos, aliás, pintam abstratamente diante da natureza. Apenas evitam imitar, copiar, descrever aspectos da natureza. Procuram, ao contrário, sugerir, evocar, aludir, fixando impressões gerais ou particulares de ritmos da natureza.
O Abstracionismo Geométrico
No abstracionismo geométrico, as formas e as cores estão submetidas à disciplina geométrica.
Em lugar de expressar estados emocionais, os abstratos geométricos expressam estados ou valores intelectuais. As obras mais rigorosamente representativas dessa tendência são as do holandês Piet Mondrian, criador do neoplasticismo ou concretismo. Segundo estudiosos, enquanto o abstracionismo informal significa, por sua impulsividade e emocionalismo, rebelião contra a precisão e rigor lógico dos processos mecânicos da civilização industrial, o abstracionismo geométrico significaria, de modo especial nas formas do neoplasticismo de Mondrian, a sublimação da nova sensibilidade humana criada pela mecanização.
Nas duas tendências fundamentais, o abstracionismo apresenta subtendências. No informal, as mais importantes são o tachismo e o grafismo; no geométrico o neoplasticismo ou concretismo.
Tachismo
A denominação tachismo vem da palavra francesa tache (mancha). Foi criada em 1954 pelo crítico francês Pierre Gueguen. Inspirando-se nas manchas e erosões dos velhos muros, esses abstratos se expressam com pinceladas geralmente largas, verdadeiras manchas, com o mínimo de elementos gráficos ou linhas. Sob as sugestões dos surrealistas, criam num estado de verdadeiro automatismo psíquico.
Grafismo
Os abstratos grafistas utilizam de preferência a linha ou elementos gráficos, num estado também de automatismo psíquico ou de impulsividade ainda mais acentuado. Inspiram-se na caligrafia abstrata dos japoneses e chineses.
Pela emoção extrema e execução veloz, realmente automática, o tachismo e o grafismo negam os valores intelectuais ou racionais inerentes às imagens figurativas representativas das realidades visuais.
O grafismo também tem sido considerado expressão das exasperantes tensões emocionais da vida moderna, mecanizada mas angustiada. Entre os norte-americanos, a grafismo assumiu formas peculiares, denominadas action-painting ou pintura de ação, designação criada em 1952 pelo crítico Harold Rosemberg. Nessa tendência, procuram traduzir não o automatismo psíquico da criação, mas sobretudo o próprio gesto ou ação de pintar.
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