Resumo de Hermes, A FORMIGA E O NAUFRÁGIO - FÁBULAS

Uma fábula de fundo transcendental, ao que parece, pouco observada é esta que fala de uma proporção entre atos humanos e divinos. Diz Esopo que um náufrago, sabedor de que o desastre havia sido em conseqüência de que no navio estava um criminoso que os céus queriam punir, com suas preces a Hermes atendidas salvando-se, ainda assim protestou que não estava certo pois o poder divino castigou mais do que o que seria justo, atingindo pessoas inocentes. Hermes apareceu e ficou ouvindo os reclamos. Nesse momento, uma formiguinha picou o pé do náufrago reclamante. Este, imediatamente esfregou o pé sobre todas as formiguinhas ali presentes, reduzindo-as a pedaços. Hermes perguntou: Acaso tu fizeste melhor? Qual é a proporção entre o dano que recebeste e a punição que aplicaste? Do mesmo modo, conclui o fabulista, os céus poderiam punir uma coletividade por culpa de um só indivíduo. Na Bíblia é Moisés quem explica o rigor da lei divina que indicaria existência de carma coletivo, devendo pagarem os justos pelos pecadores. Mais suave é o entendimento em Jesus Cristo que pede para não julgar, pois cada um julga conforme seu entendimento restrito; assim, as razões do Poder Supremo, só serão entendidas quando subirmos mais um pouco o nível de nossa compreensão e consciência. E por falar em “esfregar o pé sobre as formiguinhas”, aí entramos no assunto do meio ambiente e da ecologia. Porém, havemos de ser imparciais – na fábula Hermes deixou acontecer o naufrágio, mas permitiu que o náufrago inocente se salvasse. Na separação de Joio e Trigo não fiquemos fazendo esse julgamento nazibolchevista que quer ter razões para matar seis bilhões de seres humanos para salvar a Natureza incólume para seu desfrute. Acho que está havendo um exagero em mostrar o ser humano acomodado e conivente com a destruição da natureza e com o crime, como devendo aceitar ser morto em massa, enquanto que qualquer árvore, urso ou jacaré valeriam mais que uma vida humana. Estamos em momento de auto-análise e teremos que barrar essa Ditadura do Mal escravocrata que não respeita os Direitos à Verdade, à prosperidade, à honestidade e ao justo uso dos bens conquistados com esse respeito. Cada fábula de Esopo é assim uma lição a ser analisada com vagar e imparcialmente. Na Biografia de Esopo vamos perguntar - será que existiu um horrível anão escravo de um filósofo que contou tantas lições, ou esse conjunto de sabedoria é o produto de muitas épocas e muitos autores?

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