Cinco Minutos e Viuvinha
(José de Alencar)
Em uma sociedade em que o status social se sobrepõe a qualquer outro valor, o romance em questão denuncia a hipocrisia de homens e mulheres, diante do que é o ser de fato e a imagem que é projetada
por estes para se esconderem atrás dela. Carolina, uma jovem e bela mulher, vê a consumação de sua
felicidade esvair-se por aparente golpe do destino.
O luto se transforma em devoção, um amor mais forte que a própria existência material do esposo. A
reverência, o respeito e a consideração a este fazem dela uma espécie de Bela Adormecida à espera
do retorno do seu prínicpe encantado. A Viuvinha está morta para o mundo, morta para outros homens,
o seu amor, apesar de breve, fincou raízes muito profundas em seu coração.
O retorno de seu marido, que Carolina não esperava acontecer, é, acima de tudo, feito com gestos e
atitudes que vão aos poucos reavivando a memória dos primeiros encontros, a sedução, os gestos de
ternura e carinho. Ele busca descobrir se sua memória ainda está viva em sua amada. Como alguém
que está morto, para sua esposa e a sociedade de sua época, pode mostrar, sem susto, que tudo foi
feito por algo muito maior que as simples futilidades dos estigmas sociais.
As virtudes indispensáveis de quem realmente ama são a paciência e a constância, elementos pouco
valorizados em nossos dias. Estas virtudes são elementos essenciais das personagens de Jorge e de
Carolina. Mesmo a distância e o tempo que os provou, como um fogo intenso aplicado sobre uma
rocha bruta para que dali saia o metal precioso, puro, incólume, serviu como um certificador de que
o amor era puro e verdadeiro.
Se você é daqueles leitores e leitoras que não se furta a chance de ter o prazer de conhecer a magia
da sedução e paixão de uma belíssima história de amor, não deixe de mergulhar neste trama e viver
grandes emoções.
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