Vou-me embora pra Pasárgada
(Manuel Bandeira)
Foi um poema de mais longa gestação em toda a sua obra. Esse nome ele viu quando tinha apenas dezesseis anos e foi num autor grego. Esse nome Pasárgada, que significa "campo dos persas", suscitou
na sua imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delícias. Mais de vinte anos depois, quando eu
morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais aguça doença, saltou-me de súbito do subconsciente esse grito estapafúrdio:"Vou-me embora pra Pasárgada!. Aqui eu não sou feliz" exprimem o desejo do eu lírico de fugir da realidade concreta e adentrar outro tipo de realidade, a sonhada ou idealizada. Esse desejo se associa ao escapismo dos escritores românticos, e a oposição existente no texto entre o aqui e o lá, faz lembrar os versos da "Canção de exílio", de Gonçalves Dias.
Pasárgada é o mundo da liberdade, do permitido, da realização plena dos desejos. Opõe-se, portanto, ao mundo real, cheio de proibições, de regras, de lógica e de moral.
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