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Viés de selecção e validade interna dos estudos
(Amaral F)

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Grande grande parte dos estudos de investigação, envolve dois grupos: o grupo no qual o investigador vai intervir e outro grupo, em tudo comparável ao primeiro, sobre o qual não vai incidir nenhuma intervenção. Este, é o grupo controlo ou grupo de comparação.

Frequentemente, as medidas ou avaliações são efectuadas pelo menos em dois momentos - antes e depois da intervenção. O investigador pretende saber se da sua intervenção (causa) surge um outcome (efeito) e em que grau ele ocorre. Para isso, é necessário garantir que todo o efeito produzido seja realmente devido ao programa aplicado.

No início do estudo, antes do programa ou tratamento, os grupos têm que ser em tudo idênticos. Se não forem, os resultados que o investigador vai obter não podem ser considerados (ou pelo menos não totalmente) efeitos da intervenção. Se a selecção não for aleatória, ou se os grupos não forem comparáveis, o que o investigador vai obter é um viés de selecção, que está na base de todas as ameaças á validade interna dos estudos de múltiplos grupos.

Selecção-História – podem ocorrer acontecimentos específicos, no decurso do estudo mas exteriores a ele, que interfiram de diferentes modos em cada grupo.

Selecção-Maturação – o processo natural de maturação dos sujeitos (ficar mais velho, ser exposto a uma série de eventos exteriores ao estudo) pode ser diferente nos dois grupos.

Selecção-Efeitos do teste – o pré-teste pode predispor os sujeitos e prepará-los para o pró-teste, sem necessidade de nenhuma outra intervenção, tornando os participantes mais conscientes do que se espera deles no pós-teste. Se esta percepção for diferente nos dois grupos, a predisposição para o pós-teste acontecerá de modo diferente, o que irá condicionar os resultados do estudo.

Selecção-Instrumentação – refere-se a qualquer diferença nos instrumentos de avaliação inicial e final usados nos dois grupos, ou mesmo a diferentes atitudes dos observadores (formadores diferentes, cansaço, aborrecimento, etc.) na avaliação de cada grupo.

Selecção-Mortalidade – acontece quando há diferença na percentagem de abandono do programa, em dois grupos não selecionados aleatóriamente. Esta pode ser a causa de eventuais diferenças encontradas na avaliação final dos dois grupos e não o próprio programa.

Selecção-Regressão – acontece quando o fenómeno de regressão à média é diferente entre os dois grupos. Isto pode acontecer quando um dos grupos é mais extremo do que o outro. Se o grupo mais extremo for o grupo em estudo, o investigador pode facilmente concluir que este grupo obteve melhores resultados no pós-teste do que o grupo controlo, sem que na verdade isso tenha acontecido.

Convém frisar que um estudo de dois ou mais grupos, só poderá ter validade interna se os grupos formados forem comparáveis, o que só se consegue se forem constituídos de forma aleatorizada.

Nos estudos em que se pode demonstrar que não há viés de selecção, ainda assim não se pode assumir uma garantia absoluta da existência de validade interna. Existem ainda ameaças à validade interna relacionadas com a interacção humana, que existe sempre quando se estudam grupos integrados na sociedade.



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