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O Segredo de Brokeback Mountain
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O romance de Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal), iniciado no Wyoming na montanha Brokeback, no ano de 1963, que percorre quase vinte anos de suas vidas, é muito mais do que a desmistificação de um ícone do machismo estadunidense: o cowboy rude e viril. A película de Ang Lee, lançada em 2005 (adaptação do conto de Anne Proulx), é o retrato do amor intenso manifestado e concretizado longe dos olhares da sociedade. Uma relação entre homens num cenário rústico; relação proibida e incompreendida, cerceada e julgada como “anormal” por uma comunidade conservadora e de rígidos códigos morais e comportamentais. Jack Twist é a personagem que já viveu outras relações homossexuais. Jack deseja a consumação desse amor em local, onde ele e Ennis constituíssem uma vida juntos. Ennis Del Mar é um homem de poucas palavras, taciturno e, por vezes, áspero, reage a essa incontrolável atração de modo diferente; por temor, preferi o sigilo, os encontros esporádicos (com a pescaria como justificativa) na montanha Brokeback. Ambos são homens que enfrentam, se entregam ao casamento com o sexo oposto. Ennis firma matrimônio com uma jovem que conhece desde a adolescência. O casal tem duas filhas. Jack se casa com a filha de um negociante de maquinário agrícola (interpretada por Anne Hathaway) com quem terá um filho. Mas a cada encontro dos cowboys, o primeiro deles quatro anos depois do tempo em que guardaram ovelhas em Brokeback, reforça a atração e o sentimento que esses homens nutrem um pelo outro. A relação em segredo, pela impossibilidade de assumir essa paixão, norteia o convívio que cada um deles têm nos seus respectivos âmbitos familiar-social. Ennis Del Mar, apesar de conhecer o amor, por não vivê-lo publicamente devido ao temor que sente e de certa forma a vergonha, torna-se solitário, mais introspectivo, e algumas vezes, violento. Jack, mais feliz no casamento que Ennis (este se divorcia da esposa que descobre, mas não revela aos demais que sabe da relação homossexual do ex-marido), luta para se impor diante de um sogro autoritário que não o respeita.
Ang Lee usa com delicadeza e astúcia o silêncio e a aridez da montanha e o acúmulo de situações que faz crescer a paixão e a dúvida dos amantes. A imagem preenche o que a palavra não pode alcançar; como quando Ennis regurgita logo após a partida de Jack em 1963, a falta de comunicação, apesar do amor, de Ennis com a filha ou quando Ennis e Jack já maduros observam o rio da montanha Brokeback. Diante de cada fotograma percebemos que o antagonista da relação é a sociedade, com suas convenções, julgamentos, escárnios, punições e violência contra a diferença. Ela, a censura – acompanhada do termo “aberração” – está na reprovação do fazendeiro-empregador do Wyoming, na raiva da ex-esposa de Ennis (que também é uma vítima desse amor que não se pode revelar), no testemunho de infância de Ennis sobre o linchamento de um homem que residia com um outro (cujo corpo o pai fez questão que ele visse), na recusa do palhaço de rodeio a uma bebida oferecida por Jack ou no olhar do pai do próprio Jack ao receber a visita de Ennis logo após a morte do filho. Todos os motivos para o medo conspiram nesses atos isolados que surgem na tela caracterizando a amplidão da dificuldade de aceitação.
“O Segredo de Brokeback Mountain” trata sobre o amor. Um amor afetuoso, enérgico e eterno que poderia ser qualquer tipo de relação perseguida pelo conservadorismo e pela intolerância (seja ela sobre gênero, religião, geopolítica, etc.). Uma história universal, sobre a impossibilidade, o preconceito e o poder do amor. 
 



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