A sabedoria dos Polinésios na navegação
(Dr. Adérito Tavares)
" Na noite anterior ao inicio do trabalho, o construtor de canoas, guardou o seu machado de pedra na arca sagrada.
Banqueteou-se num banquete dedicado aos deuses e adormeceu. Acordou de madrugada para começar a juntar a madeira com que iria construir a canoa."
Mais de 1000 anos antes dos Europeus, no século XVI, chegarem pela primeira vez ao Pacífico, os polinésios já exploravam as 25 000 ilhas existentes nas suas águas. Para as viagens longas, construiam um "vaka", nvio de dois cascos, ou um navio de um casco, ligado por uma armação própria a um flutuador lateral para maior estabilidade da embarcação.
A tripulação era constituida por seis homens: dois timoneiros; um homem que se ocupava da vela; um homem que baldeava a água; um substituto para os outros poderem descançar e um navegador com experiência e anos, que conseguia encontrar sem instrumentos nem estrela fixa, o rumo na imensidão do mar.
Levavam consigo cocos, legumes, frutos secos, peixe e uma pasta cozinhada feita de fruta pão. Como o espaço para carga era reduzido, quando não conseguiam capturar peixe durante a viagem, passavam fome. Como complemento da água da chuva e do leite de coco, levavam água em cabaças ou bambus ocos.
Para manterem as embarcações no rumo, corrigiam as variações de poucos graus na direcção do vento, comparando-as com as vagas produzidas pelos alísios.
Alguns navegadores deitavam-se no flutuador para "sentir" a ondulação, por vezes sendo esta considerada suficientemente significativa para ser anotada em mapas esquemáticos de junco. Alguns destes mapas chegaram até aos nossos tempos sendo a testemunha desta sabedoria.
Graças à sua experiência, os navegadores foram adquirindo ainda um prodigioso conhecimento das correntes.
Os Polinésios calculavam a latitude pelo sol e controlavam o rumo pelas estrelas, decorando com o auxilio de rimas, os movimentos de 16 grupos de estrelas, pelos quais se orientavam.
Segundo um visitante espanhol de 1774, associavam certas estrelas a cada destino específico, com rigor suficiente, para de noite encontrarem o porto que procuravam.
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