Montagine Os Ensaios – Dos Livros
(Michel Eyquem de Montaigne)
Michel Eyquem de Montaigne nasceu em 1533 em Périgord, na França, e morreu no mesmo local em 1592. Escritor e ensaísta é considerado por muitos como o inventor do ensaio pessoal. Nas suas obras e, mais especificamente nos seus "Ensaios", analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objecto de estudo. Morreu como cristão. ”Há em Montaigne dois homens: um espírito crítico temível que solapa impiedosamente todas as instituições, e um conservador teimoso que prontamente as reergue”.
Montaigne no capítulo “Dos Livros” cita, “Estão aqui minhas fantasias, pelas quais não procuro dar a conhecer as coisas, mas a mim”. (II, X, 3, pg 114), a partir dessa citação começo meu relatório sobre o ensaio II de Michel Montaigne capitulo X , “Dos Livros”.
No livro II de Montaigne eu identifiquei 08 movimentos.
Proêmio, o ensaísta diz que não pretente dar respostas por outras pessoas pelas suas opiniões, pois ele mesmo diz que não está satisfeito com as suas próprias repostas, e remata:” Quem estiver em busca do conhecimento que o pesque” (II, X , 3, pg 114).
Deixando claro que não tem garantia de coisa alguma, apenas pretende mostrar até que ponto chega seu conhecimento acerca delas.
Sobre os empréstimos dos livros inicia-se na pág 115 [C] , Montaigne diz se valer dos outros pra dizer o que ele não consegue dizer “ Pois faço os outros dizerem o que não consigo dizer bem” (II, X, 6, pg 115),e nesses raciocionios de idéias Montaigne diz “misturar” suas idéias com as idéias de autores tão antigos e famosos entre eles Plutarco e Sêneca, e diz:” Quero que eles dêem um piparote no nariz de Plutarco pelo meu nariz, e que escaldem injuriando Sêneca em mim.” E conclui dizendo que precisa esconder suas fraquezas sob essas grandes autoridades.
Sobre a doença do discernimento inicia-se na pág 116 parágrafo 7, “que consiste em não conseguir percebê-las quando outra pessoa revela-as a nós” (II, X, 7, pg 116), nesse parágrafo Montaigne fala dos seus Ensaios, “À medida que meus devaneios se apresentam, vou amontoando-os”; Montaigne diz que gostaria de ter um entendimento mais perfeito das coisas, mas segundo ele isso custa caro, e diz preferir não quebrar a cabeça.
Do relacionamento com os livros, pág 116 , quanto aos livros Montaigne diz “que não procura mais do proporcionar-me prazer por um divertimento honesto; ou se estudo, não procuro neles mais do que a ciência que trate do conhecimento de mim mesmo, e que me ensine a bem morrer a bem viver.” (II, X, 7, pg 116); Montaigne diz ter uma mente imediatista então não fica tenso “roer a unhas “ quando lê um livro e não o entende, também não persiste na leitura “ o que não vejo à primeira investida, vejo-o menos ainda se me obstinar.” (II, X, 9, pg 117); conclui o parágrafo dizendo que prefere os antigos, não se interresa pelos novos e nem pelos gregos.
Sobre os livros de diversão , onde ele divide entre os livros de simples diversão, os livros de poesia e comédia que vai do parágrafo 11 até o 15, Montaigne cita: Decameron de Boccácio, Rabelays e os Baisers de Jean Second como livros de simples diversão, na poesia fala de Virgilio, Lucrecio, Catulo e Horácio citando Eneida que para ele é o livro mais perfeito, seu apreço por Lucano e Terêncio pela sua mimosidade, sobre os livros de comédia diz possuir uns 5 ou 6 contos de Boccacio
Sobre a “outra leitura”, Plutarco e Sêneca , que Montaigne considerava que acrescentava “mais prazer e um pouco mais de fruto , por onde aprendo a regrar meu humores e minhas Disposições” (II, X, 16, pg 122), Montaigne fala do seu apreço pelos Opúsculos de Plutarco e as Epistolas de Sêneca, que segundo ele “Não é preciso grande coragem para começar”... “Seu ensinamento é a nata da filosofia, e apresentado de maneira simples e pertinente.” (II, X, 16, pg 122). Montaigne diz que Plutarco é mais uniforme enquanto Sêneca é mais cambiante , Plutarco tem idéias Platônicas e Sêneca é mais distante do uso comum, cita também Cícero dando credito a sua filosofia moral, porem o critica quando aos sues livros muitos longos que demandam muito tempo e a maioria da escrita é “vento” (II, X, 17, pg 123), em seguida no parágrafo 18 pág 124, Montaigne fala de Platão e que seu livros são igualmente enfadonhos, “de um homem que tinha tantas coisas melhores para dizer?” (II, X, 18, pg 124).
Sobre as Cartas “Ad Atticum”, que ele diz “estudar de bom grado” (II, X, 21, pg 125), pelo seu estudo da vida privada dos homens, e pela história de seu tempo, com intuído de descobrir seus “humores privados” (II, X, 21, pág 125).
Sobre os historiadores antigos, Montaigne Diz “Plutarco é meu homem” (II, X, 23, pg 127), ele nos induz a termos cuidado com os homem de boa e má fé, destaca Froissard por considera-lo de “tão franca boa fé” (II, X, 25, pg 128), e condena os historiadores que querem “mastigar os pedaços para nós” (II, X, 25, pg 128),que segundo Montaigne nos impossibilita um julgamento próprio.
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