Central DO BRASIL
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Entre tantos desgraçados, há sempre um para tirar proveito das desgraças alheias. Em Central do Brasil, temos uma visão resumida do Brasil do século XX, e se quisermos ir além, do século XIX, XVIII, XVII... Até os primórdios. Pois esta parece ser a tônica do pensamento humano: Tirar proveito de alguma forma. Muitos se escondem atrás das suas necessidades, como se as dele, sempre fossem maiores que as dos outros. Como se sua dor fosse mais dor, sua fome mais fome, etc. Vivemos um mundo assim, onde alguém sempre está a espreita de um pobre coitado, que ao surgir será usurpado de tudo, dignidade, sonhos, vontades, ou seja, tudo que poderia ser bom em alguém. Uma das personagens centrais do filme, vivido por Fernanda Montenegro, é um desses espertalhões, que estão esperando alguém para roubar-lhe os sonhos, as ilusões, as esperanças, enfim, esperando surgir alguém, de quem possa se aproveitar de alguma forma. As desgraças que passam à sua volta, e são narradas nas cartas ditadas, escritas e nunca encaminhadas, servem de alimento à sua vil arquitetura. O interessante, é que neste filme, fica claro que uma pessoa sem nenhum escrúpulo, pode por menos que pareça, ter coração e se sensibilizar com a dor ou situação de alguém, ficando enredado no desfecho de uma história, que a envolveria até o pescoço. O filme fica divertido, vira uma espécie de poesia, contada nas nuances dos locais por onde passam, e das pessoas a quem conhecem, até o desfecho quase feliz de uma história, onde o mais difícil mesmo é um final feliz. A moral é que: "se não pelo amor, é pela dor". O remorso e a culpa são os ingredientes que fazem o curso mudar completamente, e, por fim atrelam o algoz e a vitima, mesclando-os de tal forma, que em certos trechos, os papéis se invertem. Ótimo filme, merecia o Oscar.
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