Teoria Traumática e Teoria da Libido
(Freud)
TEORIA TRAUMÁTICA
A primeira teoria elaborada por Freud para explicar os sintomas histéricos foi a Teoria Traumática.
O afeto causado por acontecimentos traumáticos seriam bloqueados por uma defesa, a repressão. Ele fica bloqueado por uma defesa até que se consiga reaver este afeto, vencer a defesa e ter uma catarse. O trauma é causado sempre por um agente externo, um adulto por exemplo.
Para Breuer, os acontecimentos traumáticos poderiam ser de qualquer natureza. Já para Freud, era apenas de natureza sexual. Naquela época, os valores morais eram extremamente rígidos. Os desejos, principalmente os de natureza sexual, eram reprovados amedrontamente e, por este motivo, aspectos de natureza sexual eram, para Freud, a causa da histeria.
Freud e Breuer discordavam em relação à natureza do trauma. Quando Freud começou a pensar que os traumas eram também oriundos da infância, ou seja, quando Freud começo a falar de uma sexualidade infantil, Breuer rompeu com Freud por não concordar com tal idéia.
No entanto, Freud começou a observar que existiam histéricas que não foram seduzidas por outras pessoas e, por este fato, abandonou a Teoria traumática, adotando a Teoria da Libido para explicar os fenômenos psicológicos.
TEORIA DA LIBIDO
Quando Freud observou que o trauma que causa a histeria nem sempre era externo, passou a elaborar a Teoria da Libido, onde o desejo está no indivíduo e este desejo em si pode sofrer um efeito traumático, independente de um acontecimento externo. Se o desejo é dirigido a uma “pessoa proibida”, a pessoa irá censurar e condenar seu próprio desejo. O indivíduo se sente responsável por seu desejo e não o suporta.
O desejo então seria oriundo de uma energia, que Freud denominou de Energia libidinal, Essa energia é erótica, ou seja, quando descarregada causa prazer. Já se essa energia for reprimida causará ansiedade.
O indivíduo possui uma energia libidinal que está presente desde sua existência e será responsável por seus processos psíquicos. Anos depois, Freud falará também de uma energia agressiva.
A energia libidinal nasce do corpo, de uma região denominada “zona erógena”, logo, apesar de ser uma energia psíquica, sua fonte é corporal. No corpo não existe energia psíquica, mas sim nervosa e esta, quando chega ao cérebro, transforma-se em energia psíquica.
A primeira fonte corporal de energia do indivíduo é oral, que é responsável pela libido oral. Segundo Freud, há uma seqüência das fontes corporais ao longo do desenvolvimento do indivíduo: oral (1/2 anos); anal (2/3 anos); fálica (5/6 anos) e genital (12 em diante).
A libido apresente algumas características: fonte, objeto, força e fim. A fonte é onde ela origina-se e é sempre corporal. O objeto é onde a energia se descarrega. Pode ser uma parte do corpo ou mesmo algo externo. Refere-se a toda e qualquer coisa que permite a descarga da pulsão. Pulsão é uma energia que não pode ser ignorada pelo indivíduo e ela força (força) o individuo a uma conduta. O fim é a finalidade ou objetivo pelo qual a energia é descarregada.
A libido é uma energia do indivíduo que é descarregada através das pulsões. A pulsão é uma força que estaria em ação e que permite o descarregar da energia. Como a satisfação dessas pulsões leva o indivíduo as mais diferentes experiências, são essas experiências que irão pautar o desenvolvimento da personalidade.
As pulsões das três fases pré-genitais são chamadas de pulsões parciais e é na prevalência delas que os conflitos são possíveis. Já a pulsão genital é considerada uma pulsão completa.
A fase oral é a fase em que o indivíduo busca incorporar algo. Quando se está ouvindo música, memorizando, comendo algo, está sempre se incorporando algo. A oralidade é colocada no sentido de incorporação cujas ações neste sentido estão relacionadas à pulsão oral. Já o que está relacionada a reter e expulsar estão ligados à pulsão anal. Tudo o que está relacionado à exibição, ambição e avanço está ligado à pulsão fálica.
O período de latência vem após um longo período de conflito, cujo maior é o complexo de Édipo, pois está relacionada a desejos incestuosos, e as defesas ficam tão intensas para combater os conflitos que as pulsões ficam abafadas, diminuídas. Para Freud, este período é de extrema importância, pois a criança pode voltar-se mais pro seu lado intelectual, a energia passa a ser gasta mais com a aquisição de conhecimento do que com seus desejos.
Freud admitia a teoria da bissexualidade, formulada por um amigo seu chamado Wilheim Fliess. Segundo tal teoria, todo ser humano possuía, biologicamente, as duas sexualidades.
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