Saúde LONGE DA CRISE
(Katia cecotosti)
Ações em alta, ações em baixa, queda nas produções, cortes nos investimentos, fechamento de fábricas, anúncio de demissões e novas reestruturações.
Ufa! Haja coração de ferro e nervos de aço para tamanha crise.
Essa maratona de tensões que começou em meados de setembro do ano passado com a crise imobiliária americana afetou, além do bolso, a saúde do empresario brasileiro. A saúde não está blindada contra tantas turbulências. Muitos executivos já sentiram o efeito da crise na saúde e incluíram o check-up em suas agendas. Dedicar um tempo para cuidar da saúde em momento de crise é fundamental também para manter a perenidade e sucesso dos negócios. Afinal, a perda ou ausência de um profissional estratégico pode acarretar a quebra da própria empresa, ainda mais quando esse profissional é o próprio dono.
Para se ter uma ideia, um levantamento feito no Rio de Janeiro pela Med-Rio Check-up entre outubro e dezembro de 2008 apontou que os níveis de estresse entre os executivos avaliados subiram cerca de 11%, comparados com o mesmo período de 2007. As taxas de insônia passaram de 18% para 22%. e as de hipertensão, de 19% para 22%. O número de profissionais que se automedicam com ansiolíticos e hipnóticos para induzir o sono também aumentaram de 12% para 16%.Além disso, a clínica que realiza cerca de 400 atendimentos mensais teve um crescimento de 20% na procura pelo serviço.
"A crise financeira e suas enormes perdas, desenpregos, fusões, aliada a viagens constantes, fusos-horários desconcertantes, noites maldormidas e metas insanas, fazem com que nossos executivos produzam doses elevadas de adrenalina e cortisol, os hormônios gerados pelo estresse.
Quando associamos a um estilo de vida pouco sadio, isto é, sedentarismo, alimentação rica em calorias, tabagismo e uso abusivo de bebidas alcoólicas, as doenças encontram meio favorável para se estabelecer nesses indivíduos.
Um outro dado não menos importante também nos chama atenção: a diminuição do desejo sexual face a turbulência do cotidiano se faz presente tanto em homens quanto em mulheres. Logo, vamos buscar na prevenção a ferramenta adequada para enfrentar esse momento", alerta o dr. Gilberto ururahy, especialista em Medicina Preventiva e diretor da Med-Rio.
Em São Paulo, o serviço de check-up executivo do Fleury Medicina e Saúde registrou aumento de 43% no último trimestre de 2008 após o início da crise econômica.
Para o dr. Plabius Staduto Braga da Silva, médico do esporte do Fleury Medicina e Saúde, os executivos estão se mostrando mais preocupados com a prevenção. " Percebemos que hoje ele está mais preocupado com a saúde e que essa decisão tomou um novo rumo nos últimos meses . Diferente do que acontecia antes, em que o check-up era feito apenas para ver se estava tudo bem, agora é realizado como prevenção. Começamos a observar que algumas empresas passaram a se preocupar mais com a saúde de seus executivos, estendendo o benefício do check-uptambém para as gerências", explica o médico.
Essa informação se confirma com a última pesquisa sobre benefícios de Assistência à Saúde, da Watson Wyatt, cujos os resultados mostram que o check-up periódico para executivos aumentou 1% no último ano, passando de 64% para 65% em 2008. " As empresas encaram o check-up médicocomo uma ferramenta de segurança empresarial muito forte. Se há 10 anos a visão do check-up era apenas um benefício ao executivo, hoje a maioria das empresas pratica a prevenção", afirma Ururahy.
A palavra de ordem é "prevenção". Antes que soe o apito de emergência, fazer a bateria de exames e começar a se movimentar são os primeiros passos para evitar os sustos. Porém, muitos ainda só correm para o médico quando s situação já está no limite. Danielli Haddad, cardiologista do Hospital Sírio Libanês conta que muitos empresários procuram o pronto-socorro nestes últimos cinco meses com dores no peito, ansiedade e enxaqueca." Desde o começo da crise financeira, registramos vários movimentos por parte dos gestores. Mas, infelizmente, ainda a grande maioria adia o check-up e prioriza ocupar-se antes da crise", conta.
O arquiteto Marcelo Palumbo, 36 anos, dono da Idea Planejamento, relata que começou a sentir falta de ar e muito cansaço durante a rotina de trabalho, que envolve visitas a muitas obras durante o dia.
"Cumpro uma jornada de 12 horas diárias e não costumo tirar férias todos os anos. Além disso, não tinha regularidade na alimentação e nem disciplina nas atividades diárias. Como tenho histórico familiar de hipertensão e problema cardíaco decidi fazer o check-up. Ainda bem que o resultado não foi grave, apenas sobrepeso, falta de condicionamento físico, níveis de colesterol e triglicérides altos. Agora estou me reeducando e me esforçando para manter os horários da alimentação, comendo menos e mais vezes ao dia.
Também estou fazendo atividade física de manhã e programando minhas férias", conta Palumbo.
Entre outros, o empresário diz não ser fácil a nova rotina, mais reconhece que cuidar da saúde é cuidar da vida.
Resumos Relacionados
- Medo Compromete A Saúde Masculina, Diz Pesquisa Da Ufmg
- Os Beneficios Do Check-up Medico
- Um Check-up Completo é Garantia De Saúde E Tranqüilidade, Faça Dele Um
- Www.administradores.com.br
- Psicologia No Contexto Da Saúde
|
|