Renascimento do Harlem
(David S. Kidder)
Renascimento do Harlem O Renascimento do Harlem, ou Novo Movimento Negro, como foi originalmente batizado, foi o florescimento da literatura e da arte afro-americanas nas vizinhanças do Harlem, em Nova York, nos anos 20 e começo dos 30. O palco desse renascimento foi montado quando milhões de negros sulistas recém-libertados, depois de suportar os sofrimentos da escravidão e da Reconstrução no século XIX, se mudaram para Nova York e outras cidades do norte, num êxodo conhecido como Grande Migração. N o final da Primeira Guerra Mundial, uma comunidade negra pobre, mas culturalmente vibrante, havia criado raízes no Harlem. Boa parte do advento do Renascimento do Harlem se deve ao historiador e sociólogo afro-americano W.E.B. Bois, famoso pelo tratado As almas da gente negra (1903) e por seu papel na fundação da Associação Nacional para o Progresso de Cor, em 1909. Du Bois estabeleceu um novo senso de consciência cultural e orgulho negro, inspirando uma geração de jovens escritores e artistas a criar uma voz afro-americana característica. Um dos principais autores do Renascimento do Harlem foi James Weldon Johnson, que escreveu o romance Autobiography of an Ex-Colored Man (1912) e a célebre coleção de sermões em versos intitulada God's Trombones (1927). Johnson foi seguido por Nella Larsen e Zora Neale Hurston, cujos respectivos romances Passing (1929) e Seus olhos viam Deus (1937) figuram entre as primeiras grandes obras literárias de mulheres negras aclamadas pela crírtica. O Renascimento do Harlem produziu um corpo especialmente rico de poesia. Enquanto alguns dos poetas do movimento, como Countee Cullen, se valiam de formas tradicionais, outros, como Langston Hughes, incorporavam a seu trabalho os ritmos oriundos do então florescente gênero da música e a literatura do Renascimento do Harlem eram inextricáveis, e grandes figuras dos dois campos inspiraram-se mutuamente por intermédio do movimento.
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