Resumo de As Prisões,os Jovens e o Povo

Entre as atuais preocupações da pontifícia Univercidade Católica de São Paulo,nas linhas de trabalho do seu Instituto de Estudos Especiais(IEE),emerge,com especial destaque,o problema carcerário.
Em 1981,o IEE,solicitado pela pastoral dos direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo,promoveu um simpósio sobre esse árduo problema.Desde então,o tema não saiu mais da pauta da programação do Instituto.A Questão Carcerária vem sendo conduzida de maneira multidisciplinar,consoante as diretrizes que norteiam seus trabalhos.Abrange vários quadros de cientistas que lidam com o problema (ou pelo menos se mostram sensiveis ao tema)e se prestam a um trabalho conjunto e orgânico com os agentes de comunidades e com os técnicos que enfrentam, no dia-a-dia,a dura realidade dos cárceres.
A obra,que agora se apresenta aos leitores,resulta dessa tarefa.O espaço maior é destinado aos temas discutidos no simpósio de 1981.Os vários seminários que se sucedem oferecem uma grande riqueza de experiências e análises.Grupos de base,técnicos de São Paulo e de muitas cidades trouxeram ao debate o calor de suas vivências junto aos presos.As análises focalizam o problema sob muitos ângulos.Cientistas do Direito,do serviçoSocial,da Psicologia,da Psiquiatria,da Teologia,da Antropologia,das ciências Sociais e Políticas,do jornalismo foram chamados a dizer a sua palavra sobre o problema,foi marcante e incisiva a presença de D.Paulo Evaristo Arns,ao lado das contribuições valiosas do Prof.Nicodemus Piek,Psicólogo Clínico da Holanda,especialista na área carcerária.mas não se tratou apenas de um debate acadêmico.A Puc-SP,em especial o IEE,vêm lutando para que as atividades sobre temas cadentes da realidade não se esgotem em análises,mas se transformem em sementeira de ação e intervenção na sociedade.O Simpósio em pauta não frustrou essa intenção.Lançou inumeras pistas para encaminhamentos práticos.A mais eficiente foi o grupo de trabalho,que principiou timidamente,desenvouveu-se e agora lança as bases de uma Organização Comunitária pelos direitos do Preso.O breve curriculo desta Equipe já apresenta louváveis tarefas realizadas,e outras em programação,merecendo especial referência o Manual dos direitos do preso,subsidio pedagógico para uso dos grupos e das comunidades.
As prisões,os jovens e o povo recolhe também outros subsidios elaborados pela Equipe,que estão consignados em apêndice,ocupando especial destaque o "Documento-base da Organização Comunitária pelos Direitos do preso".
As falas do simpósio,inseridas no livro,resultaram a transcrição das fitas gravadas durante os seminários.O escrito não passou pelo crivo dos autores.No trabalho de copy-desk procurei ser fiel ao conteudo das colocações.Se porventura alguma infidelidade aconteceu,desde já peço vênia aos autores.E lhe agradeço,em nome da Organização Comunitária,a valiosa contribuição para o debate de um tema que merece a mais cuidadosa atenção de toda a sociedade.
Esta obra pretende,pelo menos,suscitar indignação pela escabrosa situação das cadeias e dos presos.Talves a indignação seja um passo para chegarmos a uma preocupação eficiente,capaz de por em movimento a criatividade do povo,das comunidades,das entidades,dos políticos,dos presos,das autoridades,das igrejas,na tentativa de quebrar as estruturas de morte em que se transformou o nosso sistema carcerário.Equipe IEE: Diretor:José J. Queiros-Edições Paulinas,Saõ Paulo 1985.

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