Até que a Vida os Separe
(Mônica de Castro-Ditado por Leonel)
O que fazer quando se ama um filho mais que outro e até rejeita-o, passando a se culpar sem encontrar explicações para esses sentimentos? A causa certamente está em problemas mal resolvidos de outras vidas que retornam em busca de solução. Tentativas de afastar essa pessoa, são inúteis. Elas continuarão seu convívio até a solução. Ou, mais propriamente ATÉ QUE A VIDA OS SEPARE.
Flávia estava casada ha cinco anos e só agora conseguira engravidar. Ela, o marido e as famílias dos dois esperavam ansiosamente pela chegada do bebê. Porém, o destino ou a vida planejou diferente. Para a angústia de Flávia ela perdera o filho que estava esperando. Não quis contar às suas famílias, nem mesmo à sua mãe. Alguns dias depois eles viajaram para o exterior, passando alguns meses visitando vários lugares.
Quando iam postar uma carta aos seus familiares explicando que Flávia havia perdido o bebê, para depois seguir viagem rumo ao país natal, acontece um fato inesperado. Um reboliço na rua, uma correria desenfreada fez com eles parassem um instante, na tentativa de entender o que se passava. Uma mulher muito branca que conduzia algo como uma trouxinha de roupa, estacou na frente deles falando rapidamente (uma língua que eles não compreendiam) e estendia a trouxa para Flávia. Paulo a empurrou com força mas ela voltou repetindo o gesto desesperada e muito apressada. Nisto ouve-se um choro e Flávia abre os panos e vê uma criancinha. Ela recebe-a nos braços e a mulher desaparece.
Flávia implora ao marido para ficarem com a criança, a idade dela coincidia com o tempo que ela deveria dar à luz. Paulo acabou consentindo, mesmo a contragosto, pela alegria da mulher. Paulo destrói a carta que iriam enviar e arruma rapidamente os documentos do bebê, junto à embaixada brasileira, alegando que ele nascera em casa, não dera tempo de ir para um hospital. Assim ao retornarem ao Brasil, apresentam o filho nascido no exterior.
Muitas coisas aconteceram, Flávia tivera um outro filho e continuava a amar Fabrício como uma mãe muito extremosa. Paulo, marido de Flávia, pelo contrário, nunca conseguira aceitá-lo como a um verdadeiro filho. Várias adversidades corroeram o relacionamento dessas personagens. Um dia Paulo desabafou, contou a Fabrício sobre a sua origem e tudo o que sentira durante os anos que se seguiram à sua adoção. Fabrício chorava quando perguntou-lhe porque o odiava, pois, nesta vida nunca fizera nada para magoá-lo, chamando-o de Paulo.
Paulo recebe um choque ao ser chamado pelo nome e cai na realidade, quis abraçá-lo mas deixa os braços caírem ao longo do corpo. Fabrício apanha sua mala e sai. Flávia sai atrás dele mas não o alcança. Paulo olha pela janela e vê um desafeto de Fabrício caminhar em sua direção quando ele desce para abrir o portão. Paulo advinha a intenção do homem e corre desesperadamente para intervir, chega justamente na hora que homem está chegando e apontando uma arma para Fabrício, ele entra no meio dos dois e recebe uma bala no meio das costas, a que estava destinada ao filho.
O homem sai correndo, Fabrício segura a cabeça de Paulo e diz: "meu pai!" e este por sua vez diz: "meu filho..." Eis a reconciliação de almas endividadas por um passado culposo.
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