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A voz dos Deuses
(João Aguiar)

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Algures na Lusitânia, um sacerdote, sábio, culto e guerreiro começa a contar-nos, em jeito de última vontade, a sua história. Através dos olhos dele somos transportados por terras lusas, ibéricas, celtas ou romanas. Lutas de bárbaros, príncipes e guerreiros, devoções e sacrifícios, eis a nossa História.
O destino quis que o nosso narrador se cruzasse com Viriato e passasse com ele os nossos eventos mais marcantes. Pelos olhos dele, descobrimos um Viriato, líder carismático, eloquente, justo, exímio estratega e diplomata e um ser humano dotado de bom senso. Entramos, entre história e bibliografia romanceada, nas linhas do tempo da nossa Pátria traçadas pelos homens por vontade própria ou guiados pelos Deuses. Os Lusitanos são politeístas e organizam a vida deles à volta da vontade divina, só fazem ou fizeram porque os deuses assim quiseram, os deuses estão em tudo, transversalmente e ciclicamente, como um leitmotiv ao longo da narração.
O nosso narrador, Tongio, um sacerdote da Mesopotâmia lusa, nasceu na zona ocupada pelos romanos. Tem o seu futuro de comerciante traçado. O “massacre de Galba” vem alterá-lo. Reza a História que para conseguir subjugar o povo luso, Sérgio Sulpício Galba, pretor romano, prometeu uma distribuição de terras onde os lusitanos poderiam estabelecer-se com as suas famílias. Milhares de lusitanos concentraram-se aguardando que a promessa se cumprisse. Não houve distribuição de terras, apenas morte dos que se renderam às promessas do romano. Só alguns escaparam à chacina. Viriato foi um deles e, desde então, dedicou-se à vingança contra Roma.
Tongio dá-se conta que a herança do seu pai, a paixão lusa, corre nas suas veias, é um guerreiro, filho do único povo que resiste ao império romano: o Lusitano. Para a Lusitânia, ao encontro do seu destino e de Viriato. Os deuses assim quiseram.
Na sua fuga, Tongio e a sua família são assaltados. Um estranho grupo o ajuda, liderados por um homem carismático, respeitador e educado, Viriato, estes lusos defendem as terras que ainda têm. Entram na vida de Tongio dois deuses: um terreno e heróico, Viriato, outro, iluminado, Endovélico. Ambos conduzem o nosso futuro sacerdote na rota do oráculo. Os deuses assim quiseram.
Entre o desejo de lutar pela pátria que, agora, considera sua, e descobrir os poderes dos deuses, Tongio pede sujeia-se às visões de Endovélico, uma primeira passagem iniciática. A chegada inesperada de guerreiros dá-lhe um novo impulso, começa a sua viagem por terras lusas. Entre assaltos, guerras tribais e sacrifícios humanos bárbaros, o seu trilho leva-o até aos Hermínios, no momento da primeira verdadeira aliança dos povos lusos contra os romanos. Viriato aí o espera. Os deuses assim quiseram.
Juntos por acordo de honra, mas sem chefe único, nem estratégia definida, os lusos descem até às portas de Gadir. Viriato, estratega e observador, aponta essas falhas e a falta de bom senso para as graves derrotas que seguiram. Este jovem comandante define uma estratégia brilhante e, em Tribola , derrota o comandante romano Vetilio. Viriato é o novo chefe luso, temido e venerado, justo e implacável. Sob o estandarte do Touro lutam agora os povos lusitanos. Os deuses assim quiseram.
Para muitos começa uma época de paz, para Viriato, visionário e ambicioso, começa uma época de guerra pela liberdade. Transformar um bando armado em exército disciplinado e adequado às suas estratégias de mobilidade e rapidez, e obrigar Roma a negociar com vencedores, eis os seus projectos. Tongio ganha reputação e respeito no exército de Viriato, entrando para o círculo reduzido dos seus homens de confiança. e, conhecedor dos idiomas e das tradições, integra a sua rede de informadores. Em Olissipo, sobe até à Serra da Lua, onde a Profetiza lhe concede a honra de falar. Ela repete: O caminho do Touro e de seus seguidores será longo, haverá derrotas e vitórias, depois dele virá a Corça que seguirá os seus passos. Eles assim quiseram.
Viriato afina a estratégia e incita todos os povos da Ibéria à revolta contra os romanos. Todos prometem apoio a Viriato. A revolta ibérica começa. Os eventos sucedem-se rapidamente. Tongio está no centro. Por sorte, estratégia ou vontade divina, os lusitanos encurralam o Exército Romano e obrigam Roma a ceder, a negociar com vencedores. A resposta não tarda, reconhece a derrota. Viriato é declarado “Amicus Populi Romani”. É a vitória, parece. Mas, de promessas foi feito o Tratado e os romanos não cumprem. A paz é quebrada e Viriato é vencido. Para os traidores não chega e o herói é assassinado. Parte como um rei com a sua escolta sacrificada. Os deuses assim quiseram.
Por vontade divina Tongio foi para a guerra, pela mesma vontade correu o Império e no seu fim, já cidadão romano, volta para Endovélico e aí trespassa em paz.

Chegara a era da Corça.



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