A PSICOLOGIA DAS MULTIDÕES E A CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE
(Luzia Aparecida Falcão Costa)
Neste artigo o objetivo proposto é o de refletir e analisar a respeito da construção da subjetividade dentro dos parâmetros estabelecidos pela sociedade atual, que vem recebendo a denominação de pós-moderna. Especialmente a partir das últimas décadas do século XX, com a ocorrência dos grandes avanços tecnológicos e da espetacular expansão das redes de comunicação, uma das conseqüências para os dias atuais foi a expansão do capitalismo, via globalização da economia, que passou a contar com esses novos recursos, substanciais para o fortalecimento de seus pressupostos produtivos e de consumo, disseminando um novo tipo de ideologia que tem sido denominada como psicologia das massas ou psicologia das multidões. Todo ser humano, indiscriminadamente, passou a presenciar e a conviver com um rápido e intermitente bombardeio de informações, onde quer que esteja, que invade inclusive o recôndito de seu lar, sendo, portanto, impossível não conviver com as mesmas, embora, a maioria delas, não apresente conteúdos que possam ser utilizados para a formação não só do esperado novo homem, interventor e transformador da sociedade onde vive, como do almejado cidadão, crítico, responsável e ciente de seus deveres, como também de seus direitos. Para o homem atual, a manipulação do poder exercido por esses novos ditames impostos pelo capitalismo, resultou na incorporação dos “valores” que lhes são propostos, visto que tal manipulação ocorre de forma disfarçada, subentendida, procurando transformar o indivíduo em um produto, uma coisa a mais dentre os pressupostos que aleatoriamente dissemina, visando a captura desse elemento essencial para seu pleno desenvolvimento e evolução: o ser humano. Dessa forma, a construção da subjetividade fica comprometida, já que valores tidos até então como básicos para estruturação e inserção de cada novo sujeito na sociedade, foram invalidados e substituídos por outros totalmente inversos, desconexos, de cunho puramente ideológico, disseminados especialmente pela mídia, buscando capturar e padronizar todos os sujeitos em prévios parâmetros estabelecidos através de fortes apelos emocionais, que estão contidos nos denominados mecanismos de sedução. É importante também ressaltar ainda a influência exercida por essa nova sociedade de consumo que cultua e enfatiza a importância do Ter em detrimento do Ser, valor este que, até então, era tido como um dos maiores patrimônios que cada indivíduo deveria desenvolver e cultivar, para que pudesse ser considerado como um ser autônomo, responsável por suas tomadas de decisões e direcionado para atingir os objetivos contidos em seu ideal de eu e, de vida.
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