Quem Me Roubou de Mim
(Padre Fábio de Melo)
Fábio de Melo ao observar as dores do mundo, os calvários da humanidade quis relatar uma delas: o sequestro da subjetividade. Um roubo silencioso que leva a pessoa de si própria. Acontecimento um tanto comum, mas não noticiado, fragilizando e impossibilitando o ser humano de viver a realização para a qual foi criado.
Êxodo contínuo. A vida é uma constante experiência de travessia, com seus deslocamentos intermináveis. Enquanto há vida, há o movimento proporcionando a superação de estágios, condições e atitudes.
A vida do ser humano é uma constante evolução. Nunca estará completo. A morte alcança o ser, ainda em processo de construção de si mesmo. O homem nasce indivíduo, mas a condição de pessoa é um lugar a ser alcançado. Ser pessoa consiste em "dispor de si e dispor-se aos outros".
O sequestro da subjetividade atenta diretamente contra o primeiro aspecto deste processo: "a disposição de si". Toda relação que priva o ser humano de sua disposição de si, de administrar a própria vida, de alguma forma caracteriza-se como "seqüestro da subjetividade"!
O sequestro do corpo é uma forma de roubo. Sempre que uma pessoa é retirada de seu mundo particular, e subjugada aos maus tratos de um cativeiro, inicia-se nela um processo terrível de rendição que a colocará na condição de vítima. Ela deixa de ser proprietária de seu destino e passa a obedecer às ordens de seu seqüestrador.
Tecendo um Paralelo ao sequestro material, coloca-se a questão do sequestro da subjetividade, uma espécie de roubo que não é material, não possui local físico de cativeiros materiais, e que pode ter início nas relações que estabelecemos. A partir dessa forma de sequestro nasce o mal-estar psicológico, o sofrimento que não é no corpo, mas possui o poder de adoecê-lo. Fragilizando profundamente o ser que sofre, uma vez que o sequestro lhe retira da centralidade de suas próprias decisões.
Há muitas modalidades de sequestro da subjetividade. Qualquer forma de relação humana corre o risco de se transformar em roubo, perda de identidade, basta a perda de referenciais e a ausencia de si mesmas. Marido e mulher, namorados, pais e filhos, traficantes e dependentes, amigos, dirigentes e dirigidos, enfim, são muitas as relações que representam perigo à subjetividade. A pessoa requer prudência, cautela, para não ser vitima ou vitimadora. Saliente-se que esta reflexão está amparada nos princípios evangélicos, com a experiência concreta de Jesus e sua palavra, capaz de promover a vida e a liberdade necessária para bem vivê-la. O livro está eivado de conceitos da Filosofia e da Teologia cristã que serão explicitados.
Toda forma de saber nasce de um não saber. É necessário dilatar as consciências que a pessoa tem de si mesma. É assim que Deus ganha espaço no ser humano. Quanto mais consciente do que é, faz e pode, será pessoa mais realizada, pronta para o desafio de transformar o mundo. Onde houver um ser humano realizado, nele Deus estará revelado.
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