A Inteligência Emocional no segmento de secretariado
(Ligia Ribeiro)
Há muitos cursos, palestras, livros, artigos em websites que abordam conceitos e aplicações da inteligência emocional no ambiente corporativo.
Observa-se que nos processos seletivos atuais, principalmente para os cargos diretivos das organizações, o conhecimento e as habilidades técnicas dos candidatos estão em segundo plano em uma análise de qualificações pessoais e profissionais. O critério que impacta em uma seleção é a análise comportamental do colaborador.
Grandes empresas preferem disponibilizar mais recursos financeiros e um tempo maior na seleção de um executivo com o intuito de avaliar sua capacidade de liderança, de trabalho em equipe, de administração de conflitos e de resiliência perante as pressões diárias que certamente enfrentará no seu dia a dia.
Estamos falando de cargos diretivos dentro de uma estrutura organizacional, porém abordaremos o uso da inteligência emocional nos cargos de linha de comando horizontal, cuja autoridade é delegada pelos superiores como por exemplo, o assessor executivo.
Há anos, era comum nas organizações a estabilidade do colaborador em uma mesma empresa. No caso da assistente executiva, era perfeitamente viável sua atuação direta com apenas um gestor por um longo período, o que acabava beneficiando a adaptação gradual ao perfil gerencial e comportamental do executivo. Os possíveis conflitos eram facilmente superados, haja vista a interação e sinergia entre o gestor e sua assistente, o que facilitava a compreensão e aceitação de atitudes mais extremistas.
Porém, hoje o cenário é outro, muito mais dinâmico e competitivo. A assessora agora atua com mais de um gestor (inclusive expatriados) e, muitas vezes, com toda a equipe, não sendo uma assessoria contínua, devido ao forte turnover que ocorre nas organizações. E, como lidar com adversidades e com perfis comportamentais tão diversificados? Usando sua capacidade de perceber e entender as próprias emoções e a dos outros colaboradores. A maturidade emocional propicia uma melhor visão situacional e consequentemente melhores condições para solucionar problemas e conflitos.
Saber lidar com novas tecnologias, ter o domínio de mais de um idioma, possuir cursos de especialização e pós-graduação não são mais consideradas habilidades diferenciais em uma assessora. O que realmente a diferencia tanto em um processo seletivo como em uma organização é sua capacidade de manter um comportamento assertivo em face às inúmeras situações de estresse e de pressão vivenciadas no seu dia a dia.
A assessora deve usar a resiliência a seu favor. Se buscarmos a definição dessa palavra em dicionários, veremos que o termo resiliente refere-se à elasticidade, ao poder de recuperação oriundo de um esforço excessivo, ou seja, a capacidade que temos em superar obstáculos e dificuldades que enfrentamos e aproveitarmos esses momentos para agirmos proativa e assertivamente, buscando alternativas para gerenciar tais conflitos e ao mesmo tempo desenvolvendo nosso potencial emocional. É como chegarmos ao ápice da tensão e voltarmos à base da normalidade com conhecimentos para superarmos os desafios, revendo conceitos e valores e melhorando nossa convivência pessoal e profissional.
A autoconsciência, a autopercepção e a autoavaliação das emoções propiciam à assessora executiva condições de interagir com equilíbrio em momentos de tensão, sendo mais flexível e redutível a mudanças de comportamento e adquirindo confiança e apoio dos líderes e liderados. A resiliência agregada à inteligência emocional traz à assessora um melhor desempenho, melhor relacionamento interpessoal e consequente crescimento profissional.
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