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Eu, Cláudio
(Robert Graves)

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Neste clássico de Robert Graves, publicado em 1935, perpassa um tom confidencial, pesaroso e amargurado, próprio de um imperador mal-amado e que aqui, numa autobiografia ficcional mas baseada em trabalhos de historiadores romanos, deixa o seu testamento para o futuro.

O próprio início do volume é esclarecedor: “Eu, TIBÉRIO CLÁUDIO DRUSO NERO GERMÂNICO, isto-e-aquilo... (não quero infligir-vos desde já todos os meus títulos), que fui outrora, e até mesmo recentemente, conhecido pelos meus amigos,   parentes e associados como Cláudio, o Idiota, Aquele Cláudio, Cláudio, o Gago, Clau-clau-cláudio, ou no mínimo como Pobre Tio Cláudio, proponho-me hoje escrever a estranha história da minha vida (...)”

Graves utiliza, para este trabalho, as obras de grandes historiadores da época romana, tais como Tácito, Plutarco e, especialmente, Suetónio, para além da própria autobiografia de Cláudio, traçando um vasto fresco não só sobre o objecto primeiro do seu trabalho – o Imperador Cláudio – mas também sobre a dinastia Cláudio-Juliana.

A obra, escrita como um relato secreto do imperador, revela-nos um homem aparentemente tímido, gago, coxo e com tiques nervosos, considerado pelos seus parentes e pelo povo de Roma como um deficiente e inofensivo idiota. Esta faceta, que funcionaria como uma forma de este personagem único ir escapando aos sucessivos assassínios da sua família, esconde um verdadeiro republicano, maduro e assertivo, que se transformou num dos intérpretes mais influentes da sua época e uma testemunha privilegiada dos acontecimentos do seu tempo.

Nesta obra, Cláudio/Graves orienta os seus pensamentos e palavras para uma posteridade que não conhece, utilizando um estilo convencional mas apurado, de modo a que o romance testemunhe um ambiente adequado e suportado por uma ampla documentação. Para isso, é utilizada uma narração na primeira pessoa, levando o interlocutor da obra a participar nos acontecimentos que vão sendo narrados.

Só que Cláudio não é um simples espectador dos sucessivos eventos que se vão desenrolando mas, e principalmente, um participante activo e que vai ser determinante no desfiar da história. Dessa forma, apercebemo-nos do carisma, força e inteligência do protagonista/narrador…

Para além de Cláudio e incorporados na sua história, surgem perante os nossos olhos uma série de personagens  marcantes e decisivos no devir histórico – Júlio César, fundador da dinastia e do Império Romano, Augusto, o primeiro imperador romano, implacável mas também simplório, Lívia, mulher de Augusto e a verdadeira alma do império, o estranho e tenebroso Tibério, o louco Calígula, entre outros personagens fascinantes.

Numa magnífica e surpreendente sequência de acontecimentos, Cláudio vai descrevendo os anos de ouro de Augusto, as intrigas palacianas, as depravações constantes, as sangrentas retaliações de Tibério e Augusto, o sórdido e louco governo de Calígula. Mas também as oscilações da sua vida, o seu estranho e desastroso caso de amor com Messalina e, surpreendentemente, o seu bem-sucedido e pacífico reinado.

Um mosaico narrativo genial que se lê de um só fôlego.



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