As árvores e as alergias
(compassolargo)
Existe um tendência generalizada, para se estabelecer uma relação directa entre as alergias e as árvores, principalmente durante a Primavera, e dessa forma reclamar-se o abate das mesmas numa condenação sem culpa formada.
Em tais situações, importa fazer perceber, a quem assim age, que deve ter mais respeito pelas árvores e que não é a exigência de um abate cego, sem um trabalho prévio de apuramento das verdadeiras causas das suas alergias, que vai resolver o problema. Não se deve nem pode, por isso, abater as árvores, só porque alguém pensa que são elas as culpadas. Será muito mais prudente que tais pessoas recorram a consultas de alergologia, para serem vistas e se for caso disso, sejam sujeitas a intervenções especializadas.
Estas consultas, para além do esperado e óbvio despiste das doenças da especialidade, também podem contribuir para o esclarecimento da população, no que diz respeito à possibilidade de, muitas das vezes, a causa das suas reacções alérgicas não ser originada pelas árvores, apesar de estas estarem perto e bem visíveis. As reacções alérgicas podem ter, afinal de contas, origem nos vegetais menos visíveis como por exemplo as gramíneas, as quais têm pólenes muito agressivos (donde resultam as conhecidas febres dos fenos), ou até nos materiais poluentes inorgânicos em suspensão no ar ou que o vento trás de longe e mesmo nos animais domésticos que se tem em casa.
Conforontadas com vários pedidos, de doentes com alergias, para o abate de árvores plantadas em passeios e jardins das cidades, as autoridades competentes optaram por não o fazer, pois essa não seria concerteza a solução, uma vez que, embora existam áreas para onde os pólenes são empurrados pelos ventos dominantes, apenas 20% dos vegetais usam as correntes de ar para a polinização (anémofilos), enquanto a grande maioria usa os insectos (entomófilos), método esse que não apresenta em geral riscos alergénicos.
Porém, nos casos em que se detectou, com certeza absoluta, que são as árvores as responsáveis pelos episódios alérgicos, para se evitar padecer de alergias, na maior parte das vezes, bastará que se tomem alguns cuidados nos hábitos diários, durante e apenas na estação polínica identificada como a susceptível (a estação polínica de de cada árvore dura apenas alguns meses, geralmente na Primavera, quando se aliam as temperaturas elevadas e os ventos). Desta forma, os principais cuidados a ter, de entre outros menos importantes, são:
- Escovar o cabelo ou tomar banho ao chegar a casa.
- Pôr a roupa a lavar e não a arejar no quarto, porque é precisamente na roupa que muitos pólenes se acumulam.
- Evitar cortar a relva ou estar presente no momento do corte.
- Não andar de bicicleta ou motorizada em zonas com muita abundância vegetal.
- Evitar fazer caminhadas e piqueniques no campo ou ir à caça ou pesca, se se fizer, faça-se de forma moderada.
Como curiosidade, é bom saber-se que ao contrário do que muitos pensarão, o pinheiro tem um potencial praticamente nulo para doenças alérgicas e o Plátano ou o Choupo, que nesta matéria têm sido os bodes expiatórios, ficam-se pelo grau 3 numa escala de 0 a 5. No entanto, o Cipreste, e a Bétula contam-se entre os que têm os pólenes mais reactogénicos. Fique-se também a saber que hoje em dia, com acompanhamento médico, os tratamentos disponíveis para estes tipos de alergias são extremamente eficazes e sem efeitos secundários.
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