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Metamorfose Ambulante: uma possível reversão da atual condição humana
(Luzia Aparecida Falcão Costa)

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Em uma época em que o narcisismo exacerbado parece ter contaminado a grande maioria das pessoas, em âmbito mundial, e o radicalismo existencial se apossado das mentes humanas, faz-se necessária uma reflexão profunda a respeito das prejudiciais conseqüências trazidas por tais posicionamentos, sendo uma delas, a deterioração da verdadeira visão da individual e real essência interior. Para tanto, a priori, é preciso que se repense sobre o porquê da disseminação dos processos de socialização modernos, já que os mesmos vêm conduzindo o homem ao desprezo pela criatividade, ao menosprezo por sua própria liberdade, o que faz com que se depare constantemente com fortes crises existenciais que o tornam incapaz de suportar até a si mesmo e, obviamente, às demais pessoas que fazem parte de seu convívio. A disseminação do narcisismo vem produzindo, gradativamente, uma espécie de compressão da visão que o homem tem de si, impedindo-o de poder obter um olhar mais abrangente sobre sua própria realidade e das demais pessoas que lhe rodeiam. O resultado final de tal obstrução é o assustador aumento de casos de violência e depressão, já que todo homem só consegue desenvolver uma personalidade sadia quando encontra meios de escapar dessa obsessão que tem de si mesmo, abrindo-se para o mundo, aceitando o enfrentamento de mudanças que o mesmo está sempre a lhe apresentar e que são extremamente necessárias para que possa obter uma evolução que se refere tanto à sua estrutura psicológica, quanto emocional. Quando isso não ocorre, emergem essas graves crises existenciais que, em sua grande maioria, são provocadas pela opção feita pelo gregarismo, nostalgia, solidão, apatia e ausência do verdadeiro significado do processo de viver. E foi, talvez, pensando nas possibilidades de vivenciar tais tipos de crises que o compositor de “Metamorfose Ambulante” tenha escrito que gostaria de “dizer agora o que não disse antes: eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ser uma pessoa que tenha aquela velha opinião formada sobre tudo, sobre o que é o amor, sobre o que eu nem sei quem sou. ” São tantas as expectativas que são abortadas e sufocadas no decorrer da existência humana, sonhos que se tornam pesadelos que, ao encerrar este artigo, nada mais significativo que destacar mais um trecho desta música, extremamente introspectiva, estimuladora da autocrítica, na qual o autor descreve sua decepção frente à situações já consumadas, sem que o indivíduo tenha a possibilidade de percorrer um caminho de acertos e desacertos: “é chato chegar a um objetivo num instante; eu quero ser essa metamorfose ambulante.” E é justamente essa “pressa” em atingir determinada conquista de algo que se almeja obter a qualquer custo que tem contribuído de forma negativa para que o ser humano se torne extremamente ambicioso, desprovido de preceitos éticos e morais, materialista e desligado de vínculos afetivos verdadeiros e duradouros. As pessoas, ao agirem assim, estão apenas ligadas ao destaque social e satisfação de suas vaidades e, por mais que procurem negar, na realidade, procuram fugir de um confronto direto consigo mesmo e obstruem, desse modo, a própria consciência que deveriam ter com relação à condição humana.



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