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A inserção do jovem no mundo do trabalho:grave problema da atualidade
(Luzia Aparecida Falcão Costa)

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A inserção do jovem no mundo do de trabalho sempre foi considerado como um rito de passagem, o qual traz consigo alto grau de ansiedade e incerteza. E isso deve ser perfeitamente justificável, pois, trata-se de algo implícito a seu projeto individual e que representa a pré-condição para a conquista da ascensão social, via emprego. Sendo assim, diante das grandes alterações e exigências que vêm ocorrendo quanto à capacitação profissional, é interessante abordar esse  conflito que o jovem invariavelmente enfrenta ao chegar o momento de realizar sua opção profissional, especialmente quando se defronta com esse complexo contexto que envolve os mais variados setores da sociedade atual. Como é do conhecimento de todos, ocorreram profundas mudanças sociais, culturais e econômicas a partir das últimas décadas do século XX, que atingiram seu clímax nos últimos anos da virada do milênio e só têm piorado no início deste novo milênio. Tais mudanças provocaram não só a desorganização de determinados setores da sociedade, como ainda exigiram uma reestruturação e readaptação desses mesmos setores que, por sua vez, passaram a interferir de forma direta ou indireta no modo de pensar e agir de todas as pessoas, desencadeando novas e inesperadas implicações na estruturação psicológica de cada sujeito (especialmente na dos jovens), já que contínuas e incessantes transformações foram sendo a ele impostas. Concomitantemente, um contingente enorme de referenciais e valores que vinham sendo legados às novas gerações e que representavam fundamentos à estruturação de suas vidas, desmantelaram-se, levando-as à sensação de existência incerta, vazia e sem significação. Como conseqüência, a preocupação a respeito do futuro assume maiores proporções, tornando os jovens mais inseguros com relação às suas projeções pessoais e atingidos por um constrangedor sentimento de impotência diante do que lhes é factual, independente de suas concepções. Obviamente, quando se tem diante de si uma imagem do futuro que se apresenta fraturada, torna-se ainda mais difícil a compreensão não só do sentido dessas mudanças, como também, dos conflitos que delas decorrem. Os efeitos causados por esses novos denominadores sociais assumiram especial relevância no que se refere às repercussões que esse quadro de mudanças vem ocasionando na estruturação da vida dos jovens, especialmente porque se trata de uma faixa etária extremamente vulnerável e alvo primeiro e direto dos entorpecimentos causados por tantas modificações sociais. Não se pode desconsiderar o fato de que é na adolescência que o indivíduo passa a vivenciar diferentes modelos de vida, que se distancia dos referenciais da infância e se volta para novos valores sócio-culturais. Trata-se de procurar saber não apenas quem sou, mas, também, por onde vou, já que as carreiras profissionais permitidas aos jovens, na maioria dos casos, são estruturadas pelas posições de classe e pelas instituições sociais e políticas. Vale lembrar ainda que, para o jovem, o trabalho além de ser um constrangimento social do qual precisa se libertar, é também uma exigência primordial para que consiga adquirir sua autonomia individual. No entanto, para que esta autonomia venha a ocorrer, ele é forçado a levar em consideração suas reais chances de inserção no mercado de trabalho, tendo a noção exata de que elas vêm se mostrando cada vez mais restritas e seletivas devido às características que a economia vem apresentando e do peso do desemprego. Esse conflito é significativo tanto para a vida individual como para a vida coletiva, pois passa a interferir em seu sistema emocional ,condensando não só seus medos como também suas esperanças, principalmente aquelas relacionadas à expectativa de sua estruturação social futura. Em função dos indicadores abordados, cabe indagar: como se sente o jovem quanto aos seus planos pessoais de vida futura? Como ele se percebe no meio desse conflito que, inegavelmente, traz consigo implicações ímpares para seu próprio eu, já que a busca de uma profissão é primordial para aquele que está em busca da libertação natural do protecionismo familiar e, portanto, em busca do direcionamento da própria vida? O que fazer para ser considerado um ser produtivo e, dessa forma, conseguir uma colocação no mercado de trabalho e manter sua sobrevivência? Na verdade, o que podemos constatar atualmente é que as oportunidades relacionadas a uma vaga no mercado de trabalho estão cada vez mais condicionadas ao domínio das novas tecnologias, a um nível maior de escolarização e a uma amplitude maior de conhecimentos. É necessário, no entanto, indagar: como buscar uma profissionalização em um mundo tão volátil e instável quanto às exigências e transformações metamorfósicas da atualidade? Como equacionar seus projetos individuais diante das inevitáveis interferências externas, como  é o caso do incontável número de candidatos que se apresentam para concorrer a um número cada vez mais escasso de vagas, especialmente em tempos em que se vivencia uma das mais graves crises econômicas mundiais? Talvez sejam estas umas das justificativas que possam ser dadas ao acentuado aumento da violência praticada por jovens atuais, já que no "olhar para o futuro” está instalado tão alto grau de miopia, que não conseguem visualizar nada corretamente: somente imagens distorcidas e nebulosas com as quais sempre se deparam no presente.



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