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Admirável Mundo Novo
(Aldous Huxley)

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A
Terra agora se divide em dez grandes regiões administrativas. A
população de 2 bilhões de seres humanos é formada por castas com traços
distintivos manipulados pela engenharia genética: nos laboratórios são
definidos os poucos dotados, destinados aos rigores do trabalho braçal,
e também os que crescem para comandar.
Não há espaço para a supresa, para o imprevisto. O slogan comunidade,
identidade e estabilidade sustenta a trama do tecido social. Estamos
no ano 632 depois de Ford - aquele da linha de produção de automóveis -
quando o amor é proibido e o sexo, estimulado. Tais ingredientes
levaram Admirável
mundo novo a figurar ao lado de 1984, de George Orwell, como uma das
principais obras antiutópicas do século XX, em que um futuro sombrio
aguarda a humanidade. Este mundo terrível delineado por Huxley é aquele
com que sonham todos os tecnocratas, aspirantes a ditadores, políticos
em geral. É o frio mundo da organização laboratorial, o terror da
ciência utilizada para o condicionamento bio-hipnótico do homem.
Uma
obra quase profética que viria a influenciar Orwell. Com este título, o
famoso livro de utopia / ficção científica do escritor inglês Aldous
Huxley descreve um mundo futuro (não tão admirável), onde as
crianças serão concebidas e gestadas em laboratórios, em linhas de
produção artificiais, com um controle total sobre o desenvolvimento dos
embriões pelos cientistas do Estado. Na década dos 30, quando o livro
foi escrito, o espectro de um governo autoritário, armado de recursos
de alta tecnologia, obsessionado com a uniformidade e com o controle
total da população, eram temas comuns na literatura, devido,
evidentemente, ao surgimento apavorante de ideologias totalitárias
modernas, como o fascismo e o comunismo de estado. Admirável Mundo Novo
retrata a sociedade imaginada por Huxley, onde todos seriam de
todos,felizes e perfeitos...
Bem,
a Sociedade perfeita é mostrada por Huxley através da história de uma
jovem típica., pertencente a uma das castas altas, que, em uma crise
existencial, conhece uma reserva deselvagens e particularmente um
selvagem (a reserva é uma alegoria para o mundo real). Os dois
personagens representam o antagonismo entre a nova e a velha
sociedades, os novos e os velhos padrões.
Ela
vive em uma sociedade formada por pessoas pré-programadas genética e
psicologicamente para desempenhar um papel social e gostar deste, sem
questionar ou desejar, nem mais nem menos, simplesmente ser o que lhe
foi designado pelo Estado, mantenedor do Bem-estar geral. O selvagem,
por outro lado, vive em um mundo cheio dos antigos valores e costumes,
dogmas e tradições. Nesta ficção os seres humanos eram criados em
laboratórios, sendo classificados em categorias hierárquicas que
desempenhariam funções determinadas de acordo com sua predestinação
social. Assim eram divididos em Alfas +, Alfas, Betas, Gamas,
Ypsulons e ypsulons menos, que durante todo seu crescimento (não
existia a família) e vida adulta também, passariam por um elaborado
processo de condicionamento realizado através de instituições oficiais.
Este controle ?não violento? tornava as pessoas suscetíveis a aceitarem
com felicidade e gratidão seus papéis sociais. Portanto, nada era
realmente natural, mas antes, construído em função de uma dominação
para se manter a ordem estabelecida.



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