Capítulo XI: Formação do Complexo Econômico Nordestino
(Celso Furtado)
Os sistemas açucareiro e criatório foram de suma importância para a constituição da economia brasileira do século XX.
Estas unidades de produção tinham a tendência de preservar a forma original nos altos e baixos e no crescimento extensivo, sem aumento de produtividade e com baixos custos monetários, o que provocou uma resistência à queda de preços.
Os efeitos de longo prazo de queda na demanda eram diferenciados. O criatório não dependia de gastos monetários para expansão e havia crescimento vegetativo da força de trabalho.
Na economia açucareira, com a queda dos preços caiu a rentabilidade e no século XVIII, a economia do ouro usufruiu da mão-de-obra e aumentou o custo dos escravos, conseqüentemente gerando uma desorganização das unidades produtivas.
Na pecuária, a queda da demanda externa teve menores efeitos. Houve uma queda da renda monetária, acarretando um aumento da subsistência e involução da divisão do trabalho e da produtividade. Assim, aumentou a produção de artesanato para substituir artigos antes comprados no litoral.
No período de, aproximadamente, 1775 a 1825, a economia do Nordeste passou por uma atrofia, mas absorveu a população excedente no criatório, o que manteve o crescimento vegetativo da população mesmo com a queda de renda real. Assim, pode-se dizer o que a expansão econômica nordestina passou por um processo de involução, no qual cresceu o setor de subsistência e caiu a produtividade.
Resumos Relacionados
- Capítulo Xxv: Nível De Renda E Ritmo De Crescimento Na Segunda Metade
- Capítulo X: Projeção Da Economia Açucareira: A Pecuária
- Capítulo Ix: Fluxo De Renda E Crescimento
- Capítulo Xii: Contração Econômica E Expansão Territorial
- Capítulo Xxiv: O Problema Da Mão-de-obra
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