Sobreviver À TEMPESTADE
(L.M - Super Interessante nº137)
Como vencer crises, no amor, no trabalho e na vida.
Uma pergunta que se coloca muito, nos dias de hoje é – Porque razão, o fracasso, tem má reputação? –
Segundo Richard Robins, o fracasso está ligado a duas emoções: a responsabilidade e a vergonha.
Se a primeira nos é benéfica, porque nos permite ter a noção do que fizemos de mal, já a segunda, faz-nos acreditar que somos maus.
Infelizmente, na actualidade, apela-se mais ao sentimento da vergonha do que ao da responsabilidade e por isso a dificuldade em se assumir os fracassos.
Nunca se dar por vencido, pode ser um grande erro e trazer graves consequências para a vida das pessoas.
Numa conferência, para atribuir diplomas aos alunos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a escritora J.K.Rowling, afirmou que, um dos males do mundo actual é o receio de errar.
E falava por experiência própria. Aos trinta anos, considerava-se uma pessoa falhada e que desiludira os pais que tanto investiram na sua educação.
Depois de um divórcio tumultuoso, em Portugal e com uma filha ainda bebé, parte para Inglaterra, onde vive de subsídios do Estado. Chegou mesmo a pensar no suicídio.
Durante anos, os seus maiores receios eram a pobreza, a solidão e as frustrações. Deu consigo pobre, sozinha e frustrada, mas viva e decidiu então dedicar-se a fazer o que gostava – escrever -.
Assim criou a série de Harry Potter.
Passados catorze anos, sobre a sua vida fracassada, é feliz, realizada e além de muito rica, foi considerada pela revista Forbes, uma das cinquenta mulheres mais influentes do mundo.
Não fora o seu fracasso, nunca teria desenvolvido o seu verdadeiro dom.
Muitos psicólogos afirmam que temos de ser tolerantes perante as nossas frustrações.
Richard Tedeschi e Lawrence Calhou, consideram que as pessoas que ultrapassam os momentos negativos, acabam por se sentir melhor, pois desenvolvem melhores relações interpessoais, aumentam a empatia com os outros, compreendem melhor o sofrimento alheio, apresentam mais força de vontade e auto-estima.
Jonathan Haid, considera que a transição é que é difícil e dolorosa pelas sucessivas tentativas de adaptação a uma nova realidade.
Há também quem opte por nunca se emendar e prosseguir no erro.
Dá como exemplo, o cavaleiro do séc XIII, UlrichVon Lichtenstein que por amor a uma mulher, se operou ao lábio que ela considerava horroroso e cortou o dedo mindinho que ela odiava, para no final, continuar rejeitado e ter obtido esta resposta: – nunca pensei que um homem sensato cometesse semelhante disparate.
O seu maior erro, foi manter a mesma estratégia.
Paul Watzlawick, chama a isto “ Estratégia Mais do Mesmo”, porque as pessoas quando falham têm tendência a teimar nos erros e com energia redobrada.
Muitos dos nossos fracassos, são portas abertas para os nossos êxitos.
Um divórcio, uma hipoteca, um amigo que nos esquece, abrem caminho a novos relacionamentos, a novas oportunidades.
Judith Viorst, afirma que, se entendermos que, as relações nem sempre funcionam, podemos sentir-nos livres para decidir o que queremos de verdade.
Há muitos estudos que nos provam, ser necessário, perder para se evoluir.
E um bom conselho é o de sermos capazes de nos rirmos de nós mesmos.
Na altura do fracasso é difícil, mas com o tempo percebemos como algumas situações foram divertidas e até caricatas.
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