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A Capacidade de Discernimento: entendendo porque somos tão diferentes
(Luzia Aparecida Falcão Costa)

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Para obter uma forma de conviver bem em sociedade, o ser humano necessita estar, constantemente, adequando-se ao mundo que está à sua volta. Para tanto, encontra-se sempre em processo de aprendizagem, seja através das leis de convivência que, presume-se devam existir dentro da própria família, na escola, nos relacionamentos afetivos, no ambiente de trabalho, etc. No entanto, nem sempre é possível adequar-se àquilo que dele é esperado, pois, cada desafio envolve uma decisão que é extremamente individual e que, por conseguinte, pode não ser aquela que é esperada pelo mundo exterior já que, por essência, todo indivíduo é único e, portanto, diferente dos demais. Não é raro encontrarmos pessoas em situação de conflito, justamente pelo medo que apresentam de não corresponder às expectativas que nelas são depositadas, de cometer “enganos” e, assim, magoar aos demais e até a elas mesmas. Não se percebe, mas, trata-se de um esforço psicológico extremo realizar um eficaz exercício de boa convivência, que faz parte da construção da própria identidade do ser humano, já que tem ao mesmo tempo, necessidade de se auto-afirmar e de sentir aceito e integrado à sociedade a que pertence. Daí, a importância a ser dada à orientação dos processos de interação, pois, caso não sejam bem conduzidos, o indivíduo pode entrar em situações de conflito, passando a sofrer o temor da não aceitação e, como se sabe, a aceitação de si mesmo é essencial para a construção de uma subjetividade não doentia. Sendo assim, é fundamental que cada indivíduo tenha a consciência de que é responsável pelo que cria ao seu redor, tanto as facilidades como as adversidades e, o mais importante, que os mais diferentes tipos de decisão estão, invariavelmente, em suas próprias mãos. É interessante notar que, costumeiramente, em situações de dificuldades é muito comum que ele passe a responsabilizar terceiros pelas decisões que deva tomar (pessoas ou grupos) e atribuir tudo que acontece de ruim em sua vida, como sendo o outro o responsável, assumindo literalmente o papel de vítima em tais circunstâncias. Também não deve ser esquecido o fato de que se vive em uma época em que se esfacelaram determinadas diretrizes, norteadoras que eram do comportamento humano, como é o caso dos referenciais de certo e errado. Essa perda de parâmetros gera profundas incertezas que acabam se traduzindo em atitudes anti-éticas, imorais e, em grau maior, até de invasão de privacidade alheia. A bem da verdade, o ser humano hoje se desenvolve e se forma sempre trazendo dentro de sua interioridade a dúvida, já que não mais pode se amparar em nenhuma norma, valor ou princípio que seja válido para todas as pessoas. A duras penas, após passar por vários conflitos internos, acaba entendendo que aquilo que normalmente lhe acontece agora, é originário e conseqüente de decisões tomadas anteriormente, não dependendo do tempo, porque em muitos casos, prendem-se até mesmo a um segundo atrás. Aprender a tomar decisões certas e adequadas, em muitas situações, exige mudança de pensamento e de postura, avaliação e análise dos pronunciamentos, posicionamentos e atitudes tomadas, processo essencial para que se possa não incorrer em erros cometidos no passado e, principalmente, para que sejam tomadas novas e frutíferas decisões. Faz parte desse aprendizado, realizar a escolha correta, que esteja de acordo com a percepção que se tem da situação em questão e que muito tem a ver com o processo de discernimento que é inerente a cada ser humano. Não há nenhuma construção ou aperfeiçoamento da personalidade quando se estabelece comparações entre os princípios e valores que se tem com aqueles apresentados pelas demais pessoas. O importante aqui é manter a lucidez e a coerência, respeitando sempre o diferente, sem , no entanto, imitá-lo ou agir de forma contraditória com tudo que faz parte da essência individual de cada pessoa. Reconhecer e aceitar o que se gosta e o que se acredita não é motivo para desencadear reflexões negativas, mas entendimento de que não se faz parte de uma maioria que, talvez, não compactua com seus valores e ideais. O que vale, realmente, é que o indivíduo esteja bem consigo mesmo, com a consciência tranqüila que agiu da melhor forma que lhe foi possível e, principalmente, que sua decisão não foi causadora da diminuição de ninguém que faça parte de seu círculo de relacionamento. Pode-se afirmar que, certamente, agiu com discernimento e, o que é ainda melhor, devido à sua coerência,passou a ser mais respeitado e considerado justamente porque é verdadeiro, não manipulável e que não apresenta nenhum tipo de atitude relacionada à soberba e de desconsideração dos “diferentes”.



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