Katyn
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Katyn (Polônia 2007)
Elenco:
Joachim Paul Assböck Waldemar Barwinski
Stanislawa Celinska Andrzej Chyra
Magdalena Cielecka Alicja Dabrowska
Jan Englert
Direção: Andrzej Wajda
Produção: Michal Kwiecinski
Fotografia: Pawel Edelman
Trilha Sonora: Krzysztof Penderecki
Em Katyn ( Polônia, 2007), pela primeira vez na história do cinema de seu país, o grande diretor polonês Andrzej Wajda, mostra a realidade da II Guerra.
Já na primeira cena de Katyn, é mostrada a imagem ao mesmo tempo literal e metafórica da terrível má sorte que desabou sobre os poloneses em 1939. Imprensada pela geografia entre os dois regimes totalitários mais cruéis do período, a Polônia virou um palco para as piores tensões da II Guerra. A referida cena retrata dois grupos de refugiados que encontram-se no meio de uma ponte, em algum lugar da Polônia. Uns, vem do oeste, fugindo dos invasores nazistas, enquanto os outros do leste, tentando escapar dos invasores soviéticos. Ou seja: chegou-se ao ponto onde não há mais saída. A invasão da Polônia pelos nazistas foi, primeiro, o estopim do conflito. Depois, enquanto o farsesco pacto de não agressão entre Adolf Hitler e Josef Stalin vigorou, o país se viu repartido entre dois exércitos de nacionalidades e métodos diferentes, mas objetivos idênticos – quebrar a espinha do ocupado e ensaiar as práticas expansionistas que logo estenderiam pelo mundo. Finalmente, quando ficou claro que nenhum acordo poderia conter o choque entre as ambições de Hitler e Stalin, o país passou a ser sistematicamente eviscerado pelos dois adversários. Um episódio central simboliza esse processo: em abril de 1940, os soviéticos fuzilaram cerca de 12.000 oficiais poloneses na floresta de Katyn. Contando-se os fuzilamentos em outros campos de prisioneiros, o total de assassinados chegou a 20.000. Muitos destes eram reservistas e atuavam como engenheiros, técnicos ou cientistas. Sem eles, calculava Stalin, seria muito mais difícil à Polônia reerguer-se (Hitler, por sua vez, já se havia incumbido do extermínio dos intelectuais poloneses). Em 1943, quando as valas comuns foram descobertas, os nazistas aproveitaram-se ao máximo delas para propaganda antissoviética. Em menos de dois anos, porém, a Alemanha foi derrotada, e a Polônia caiu na órbita da União Soviética – a qual reescreveu a história, atribuindo o massacre de Katyn aos nazistas e alardeando-se de ser a verdadeira esperança dos poloneses. A Polônia inteira sabia tratar-se de uma mentira; mas quem o dissesse enfrentaria tortura, exílio ou morte. Eis, então, como uma nação foi refundada sobre uma farsa.
Katyn narra a história do pai de Wajda que foi uma das vítimas do massacre, e durante anos sua mulher e filho aguardaram que ele voltasse, e após algumas informações distorcidas, ficaram sabendo do destino , mas seguindo o que fizeram todos os outros parentes dos fuzilados, assumiram a falsidade.
O filme retrata com muito brilhantismo, não apenas o episódio, mas da dimensão emocional que ele adquiriu, um acontecimento que aniquilou com a dignidade, pisoteou a identidade, anulando por décadas sua esperança e sua liberdade.
O filme Katyn tenta mostrar que se deve procurar no passado o seu verdadeiro sentido, pois se não existir uma profunda procura da verdade, tudo o que nele refletir também será de alguma forma uma grande farsa.
O filme de Wajda também tem a finalidade de expressar uma preocupação com fatos que ainda estamos longe de erradicar : As ditaduras que acabam com a liberdade e com o indivíduo, pois é na individualidade de cada um onde encontra-se a verdadeira liberdade, até seu âmago.
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