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Depressão:doença relacionada com a degradação pessoal, familiar/social
(Luzia Aparecida Falcão Costa)

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Por natureza, todos os humanos são seres animados e dotados de corpos e mentes que contêm uma energia primordial que a eles confere vitalidade, movimento e ação: é a denominada “força de vida”. É ela que torna os indivíduos ativos, além de fazer com que todos os seus movimentos, sistemas e possibilidades funcionem de forma sincronizada e em harmonia. Quando há a diminuição ou perda gradativa do sentimento de capacidade de uma pessoa sentir prazer com o que a vida lhe oferece, rejeição de si mesma, indiferença frente aos mais variados estímulos que o cotidiano lhe propicia, pode-se dizer que ela está apresentando um típico “quadro depressivo”. Isto ocorre de tal forma que a “força da vida” vai deixando de existir, cedendo lugar para uma “ausência de vontade de continuar vivendo” e, assim, há a perda do entusiasmo, retração para uma intimidade cada vez maior e busca incessante pela solidão. É muito comum que passe a apresentar sentimentos de culpa, perda da auto-estima e, por isso, tudo e todos que se encontram à sua volta passam a não lhe proporcionar nenhum sentimento de satisfação; muito pelo contrário, são caracterizados como desinteressantes e irritantes, especialmente quando, sem terem a noção exata que estão diante de um ser humano que se encontra doente, insistem em lhe apresentar sugestões de entretenimento, acreditando que uma viagem, por exemplo, possa vir a ajudar a reverter tal estado de degradação do processo de viver. A grande questão que aí está contida é que os sintomas apresentados por uma pessoa que entra em processo de depressão são analisados apenas pela ótica da parte biológica e, assim, são geralmente esquecidos os sentimentos, a afetividade, traumas anteriormente sofridos e que não foram devidamente superados, “mascarados” até mesmo para demonstrar a presença de um espírito forte ou para dar suporte e sustentação psicológica aos que lhe rodeiam. Sendo verdadeira a afirmativa que cada indivíduo é responsável pelas conseqüências de seus atos, também é confirmado pela Psicologia que não há nenhum raciocínio lógico que possa dar conta de uma grande emoção que foi sublimada e que agora explode, sem antes ter emitido os devidos “sinais” de que uma desarmonia já estava acontecendo entre as respostas dadas pelo consciente e os reclames do inconsciente, como por exemplo, complicações gástricas, insônia, etc.. Isso, no entanto, não pode ser nivelado com os “processos de luto” que, no decorrer de sua existência, o ser humano costumeiramente tende a passar: perda de membros da família, fim de um relacionamento amoroso, a aposentadoria após anos de rotina no trabalho, a saída de casa dos filhos em busca de seu projeto de vida pessoal, etc. Passado algum tempo de mergulho na sensação de “vazio interior”, de tristeza, as “pessoas tidas como normais” e que não deixam de ter a tal “força de vida”, costumam se moldar ao novo padrão estabelecido e até chegam a descobrir certo sentido de “liberdade”, já que não estão mais sob constante cobrança de si mesmos e dos demais membros familiares. Para outros, no entanto, cada “perda” vem acompanhada de um sentimento de orfandade, fragilidade, em função da ausência daqueles que davam sentido à suas vidas e por constatarem que coisas e pessoas já não dependem mais de seu “controle” e “eficiência”, os quais, na verdade, eram, justamente, sua forma de se auto-afirmar e afagar o amor próprio. A depressão vem afligindo os estudiosos do assunto por se tratar de uma doença nova, moderna, decorrente de todas as pressões, incertezas, inseguranças e diminuição dos vínculos afetivos, já que o homem da atualidade é muito mais voltado para suas próprias satisfações pessoais, para busca do sucesso em uma sociedade extremamente competitiva e que pouco prioriza o tempo de convivência com seus parentes mais próximos. Qual mãe ou pai, educado que foi para abrir mão de muitos ideais de suas vidas em prol da doação de si mesmo para oferecer o que há de melhor para seus filhos, não está sujeito a entrar em processos de rejeição frente a esse distanciamento que só vem se alargando de forma desenfreada entre os membros de uma mesma família? Sendo esta a realidade que se apresenta, programas gratuitos relacionados à saúde física e mental deveriam ser urgentemente implementados para que se pudesse oferecer a devida sustentação individual para que mágoas, sentimentos negativos, reprimidos e mal resolvidos não se tornassem desencadeadores desses infindáveis e crescentes processos depressivos. Sabendo-se que cada ser humano responde diferentemente aos estímulos que lhes são apresentados, também é verdade que muito poderia ser feito se a cada indivíduo fosse dada a oportunidade de contar com processos de acompanhamento que lhe permitissem resgatar a auto-estima, o amor próprio, que lhe servissem de referencial para que aprendesse a ser menos passional e reagir de maneira mais racional frente aos inesperados e imprevistos acontecimentos. A prevenção, certamente, evitaria que a depressão deixasse de ser, segundo a Organização Mundial de Saúde, o segundo maior fator de saúde pública na próxima década do milênio, e milhões de pessoas tendo sido fortalecidas tanto física quanto psicologicamente, não entrariam em tal processo de autodestruição.



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