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Diário
(P. Rodrigues)

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  Quando me levanto e enfrento o dia com um respirar fundo, bem sei que a hora não tarda num rolo compressor que rola, rola e não pára nem para observar a lua quando está cheia e bela. Lembro-me quando era pequeno e contava os dias, como quem conta as horas para a final e a glória que se aproxima. Sabia mesmo quando é que tinha jogado muito bem naquela tarde em que todos se admiraram; sabia quando é que veio o pessoal do Luxemburgo e trouxeram prendas e haviam de regressar e trazer uma felicidade eufórica.
Agora tudo é tão pouco, porque tudo é tão rápido e já não sei bem se foi há 3 anos ou 4 que fui a Itália e me arrepiei na Praça de S. Marcos, ou aquele dia em que vi uns cabelos dourados a balançar na minha direcção; ou até mesmo quando me ri até cair naquela noite subterrânea onde a amizade cantava sons ébrios e acordes belgas. Vida célere que avança sem nos dar o prazer de a saudar ou até de a sorver debaixo de um guarda-sol rubro do ocaso.
Homem cadáver. Que descobre novos sentidos na vertigem dos dias que se transformam em anos. Sentidos e almas que lhe serviriam antes na perfeição mas que agora são opacos de inversão de rumo para a luz. Porque a face áspera vai caindo e curvando a espinha até à terra e ao pó. As vidas cintilam à volta como estrelas flamejantes que ofuscam. Outras perdem o brilho no prenúncio do amanhã. É o ritmo imparável das folhas a deslizar debaixo da pena contemporânea. Como as folhas outonais se repetem cada vez com mais frequência, em árvores sempre diferentes.
E assisto impávido e impotente. À espera de uma luz regeneradora de sentido para os passos viciosos. Quando prego a razão numa tarde de glória à turba eufórica, ou solto lágrimas turvas nos espelhos de alma circundantes. Mas não chega, porque não é o frenesim do passado erecto em que me passeava por devaneios semi-reais. As horas não param, o pó que se aproxima vertiginosamente. Impossível reaver aquele viver de outrora.
Quando me levanto e enfrento o dia com um respirar fundo, bem sei que a hora não tarda num rolo compressor que rola, rola e não pára nem para observar a lua quando está cheia e bela. Lembro-me quando era pequeno e contava os dias, como quem conta as horas para a final e a glória que se aproxima. Sabia mesmo quando é que tinha jogado muito bem naquela tarde em que todos se admiraram; sabia quando é que veio o pessoal do Luxemburgo e trouxeram prendas e haviam de regressar e trazer uma felicidade eufórica.
Agora tudo é tão pouco, porque tudo é tão rápido e já não sei bem se foi há 3 anos ou 4 que fui a Itália e me arrepiei na Praça de S. Marcos, ou aquele dia em que vi uns cabelos dourados a balançar na minha direcção; ou até mesmo quando me ri até cair naquela noite subterrânea onde a amizade cantava sons ébrios e acordes belgas. Vida célere que avança sem nos dar o prazer de a saudar ou até de a sorver debaixo de um guarda-sol rubro do ocaso.
Homem cadáver. Que descobre novos sentidos na vertigem dos dias que se transformam em anos. Sentidos e almas que lhe serviriam antes na perfeição mas que agora são opacos de inversão de rumo para a luz. Porque a face áspera vai caindo e curvando a espinha até à terra e ao pó. As vidas cintilam à volta como estrelas flamejantes que ofuscam. Outras perdem o brilho no prenúncio do amanhã. É o ritmo imparável das folhas a deslizar debaixo da pena contemporânea. Como as folhas outonais se repetem cada vez com mais frequência, em árvores sempre diferentes.
E assisto impávido e impotente. À espera de uma luz regeneradora de sentido para os passos viciosos. Quando prego a razão numa tarde de glória à turba eufórica, ou solto lágrimas turvas nos espelhos de alma circundantes. Mas não chega, porque não é o frenesim do passado erecto em que me passeava por devaneios semi-reais. As horas não param, o pó que se aproxima vertiginosamente. Impossível reaver aquele viver de outrora.



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