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A RELAÇÃO FAMÍLIA ESCOLA - DESAFIOS E PERSPECTIVAS
(Heloísa Szymanski)

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Em todos os tipos de família existe a hierarquia de relações entre as pessoas: há os que mandam e os que obedecem. A "família nuclear", tradicional, continua servindo como parâmetro para a escola e isto traz dificuldades para a relação escola-família. Devido às grandes mudanças na sociedade atual, há uma grande reflexão sobre a família e se tem partido da diferenciação entre "família pensada" e "família vivida". A "família pensada" é o modelo de família que a maioria da população almeja ter, mas, a "família vivida" é o modo cotidiano que a família vive, hoje, sua própria realidade. Entretanto, a família deve ser entendida como aquele lugar onde as pessoas buscam seu bem-estar, mesmo que a situação encontrada não seja aquela imposta pelo modelo existente. Deve ser pensada conjuntamente, construída de acordo com a realidade de vida de seus membros, podendo sempre estar se modificando, isto porque, o mundo e as idéias encontram-se sempre em transformação e, para que haja mudança, é essencial que se compreenda como cada membro pensa e vive. Não existe um "modelo pronto" do que "deve" ou "não deve" ser feito, pois, além de ser ineficiente, faz com que a família sinta-se incapaz de encontrar soluções para seus inerentes e peculiares problemas. Paralelamente, as mudanças também atingiram a escola e, dessa forma, começaram a surgir certos desencontros na relação família-escola. Se antes havia por parte da escola apenas o compromisso de "passar conteúdos", ela passou a ser exigida e convocada a se preocupar com atitudes, valores, sentimentos, que também são "ensinados". Para que possa dar conta de tal empreitada, a priori, ela deve fazer um "contrato" com a comunidade, que necessita ser respeitado por ambas as partes, como é o caso do uso das dependências do espaço físico nos finais de semana. Esta discussão deve ser aberta a todos os membros da escola já que são todos educadores e, portanto, precisam participar das decisões que serão tomadas para que, realmente, ocorra a integração escola-comunidade, via responsabilização pelo espaço público, visando sempre estabelecer uma relação de confiança e respeito mútuo entre a equipe escolar e as famílias. Ao agir dessa forma, ambas, estarão desempenhando um papel que têm em comum: preparar crianças e jovens para inseri-los na sociedade e desempenhar funções que dêem continuidade à vida social, visando a formação do cidadão. Uma escola comprometida passa a ser um "espelho" e uma "nova visão de mundo" para os seres em formação, uma vez que lhes oferece uma rede de interações e de possibilidades para que possam ter direito a uma vida digna e de relações humanas amorosas efetivas. É fundamental observar, porém, que os objetivos educacionais da família são diferentes dos da escola e que as circunstâncias em que os alunos se desenvolvem dependem da classe social a qual pertencem, fator este determinante par que haja maior ou menor envolvimento e participação e assistência em casa das tarefas escolares. É importante registrar que os conflitos escola-família sempre são maiores naquelas que são públicas, especialmente porque os pais não podem escolher o tipo de escola que desejam que seus filhos freqüentem. Quando eles surgem, é essencial que a escola busque parcerias com universidades, serviços de saúde, etc., para dar uma melhor formação tanto aos professores, como aos pais, através de encontros que favoreçam o conhecimento mútuo e desenvolvimento de estratégias educativas comuns a ambas. Deve também incentivar a participação das famílias na escola e esta, ampliar seu envolvimento com a comunidade onde está inserida, não se esquecendo de atualizar suas práticas pedagógicas, voltadas para o comprometimento mútuo para o desenvolvimento de metas e interrelação entre as tarefas. Tudo isto, precisa ser realizado em regime de parceria, que favoreça a troca de saberes para que a mudança seja contínua, tendo como objetivo uma melhor socialização, o respeito mútuo, confiança e competência, delimitando, claramente o âmbito de atuação de cada uma. Vale ressaltar, porém, que além da aprendizagem, a escola e os professores são responsáveis tanto pelo rendimento do aluno como pelo "reforço necessário", quando este for necessário, uma vez que o fracasso escolar se reproduz na exclusão social. Para tanto, é imprescindível que seja mantida tanto a disciplina como o respeito mútuo entre professores e alunos, entendendo os mestres que quando as atividades planejadas e executadas são monótonas, sem sentido e significado para os aprendizes, é comum que a indisciplina se instale nas salas de aulas. Tem-se percebido que quanto mais autoritária é a escola, maior é o índice de evasão escolar, já que, ao agir desta forma, mata os sonhos de crianças e jovens de "subir na vida" e ocupar um lugar melhor na sociedade. A escola tem uma dimensão ética que nunca deve ser esquecida: carrega consigo a obrigação de conscientizar as famílias das classes economicamente desfavorecidas sobre o processo de exclusão de seus filhos, fazendo uso de uma prática educativa dialógica, crítica e libertadora. 



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