O simbolismo da mandala
(C.G. Jung)
O significado funcional das mandalas dispensa muitas palavras. Além disso é possível intuir com um pouco de sensibilidade o sentido mais profundo que o autor tenta expressar através dessas imagens, muitas vezes pintadas com o maior amor, embora com mãos desajeitadas. Trata-se deyantras no sentido indiano, isto é, de instrumentos de meditação para mergulhar em si mesmo, de concentração e realização da experiência interior. Ao mesmo tempo, as yantras servem ao estabelecimento da ordem interior, encontrando-se por isso frequentemente em séries de imagens; aparecem logo depois de estados caóticos, desordenados, conflitivos ligados ao medo. Expressam por conseguinte a idéia do refugio seguro, da reconciliação interior e da totalidade.
existe um numero muito maior de imagens, das mais diversas regiões do mundo e o que surpreenderia seria ver como esses simbolos partem do mesmo fundamento básico já observado nas mandalas individuais. Em vista do fato de que em todos os casos aqui demonstrados há novos fenômenos independentes de qualquer influência, somos obrigados a constatar que, além da consciência, deve existir uma disposição inconsciente universalmente disseminada, uma disposição capaz de produzir em todos os tempos e lugares os mesmos símbolos, ou pelo me-nos, muito semelhantes entre si. Uma vez que essa disposição é em geral inconsciente para o individuo, é designada inconsciente coletivo, postulando como o fundamento dos produtos simbólicos do mesmo a existência de imagens originárias: os arquétipos. Não é necessário acrescentar que a identidade dos conteúdos inconscientes individuais se expressa através dos conteúdos dos paralelos étnicos, não só na configuração imagística, como também no sentido.
O conhecimento da origem comum do simbolismo inconscientemente pré-formado se havia perdido por completo para nós. Para trazê-lo de volta à luz do dia devemos ler antigos textos e investigar culturas arcaicas, a fim de poder compreender e esclarecer a sua evolução psíquica. Penetrando mais profundamente nas camadas interiores da alma, deparamos com estratos históricos que não constituem letra morta, mas continuam vivos e atuantes em todo ser humano; ultrapassam nossa possibilidade de apreensão, no estado atual de nossos conhecimentos.
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