Vertebroterapia
(Dr. E.A.Maury C.Rudder)
BREVE HISTÓRICO
Totalmente desconhecida dos médicos antigos, a vertebroterapia ou osteopatia deve seu nascimento e seu desenvolvimento aos trabalhos de um médico americano,Dr. A.T.Still, nascido em 1830 e falecido em 1917. Entretanto, já antes de Still, em 1834, dois médicos ingleses, os irmãos Grifin, puderam constatar que existia uma certa sensibilidade das vértebras cervicais em quase todas as afecções associadas ao crânio.
AS BASES DA VERTEBROTERAPIA
Constatações Anatômicas Compreende-se que a mínima tensão que ocorra nos ligamentos que unem as vértebras entre si e que se manifeste após um deslocamento mesmo pequeno desses corpos ósseos, irá se repercutir sobre o segmento da medula espinhal que lhe corresponde, sobre o gânglio simpático, e daí sobre o órgão que ele inerva.
Constatações Fisiológicas- considerada a sua importância anatômica e sua riqueza em centros e em condutos nervosos, a região vertebral e paravertebral influencia todo o funcionamento do sistema simpático, e os distúrbios que o atingem tem repercussões sobre as vísceras; as ligações dos filetes do simpático são complexas e variadas e penetram profundamente nos órgãos; segue-se que toda irritação passageira ou contínua que atinja uma ou outra das ramificações desse sistema, concretiza-se sob a forma de um distúrbio funcional, prelúdio de uma lesão orgânica. A redução da lesão osteopática restabelecerá a conexão normal entre esses diferentes elementos e permitirá a volta dos reflexos normais.
Constatações Patológicas – alguns exemplos patológicos, escolhidos propositalmente por sua simplicidade e por seu grau de ocorrência no individuo, ilustrarão o que acaba de ser explicada a respeito dos deslocamentos das superfícies ósseas vertebrais. Muitas nevralgias torácico-braquias rebeldes que vem freqüentemente acompanhada de falsa angina do peito, tem como causa um desvio das costelas superiores da caixa torácica: do mesmo modo, a subluxação de um osso ilíaco pode determinar uma compressão reflexa do nervo ciático pelos músculos vizinhos; nesse caso, o doente irá se queixar de uma forte ciática. Muitas dores de cabeça, sobretudo as que se seguem a uma queda violenta ou a um acidente de carro, devem-se a um pequeno deslocamento de uma vértebra cervical sobre a outra. Se o apalpar a região, se constatar ao mesmo tempo a existência de uma contratura dos músculos cervicais pode-se confirmar o diagnóstico e reduzir manualmente esse vicio da estática vertebral. Poderíamos, assim, multiplicar os exemplos.
AS LOCALIZAÇÕES PATOLÓGICAS E SUAS CONSEQUENCIAS
Lesões Cervicais – qualquer choque lateral que atinja a cabeça tende a produzir uma rotação desta sobre o atlas; do mesmo modo, na ocasião de uma forte queda sentada ou de pé, e se cabeça já se encontrar em rotação, constataremos um deslocamento das primeiras vértebras cervicais. Essas modificações da estatura agravam-se com o deslocamento dos discos intervertebrais, deslocamentos que, aliás, podem ocorrer por conta própria. Esse tipo de lesão manifesta-se através de um torcicolo, de fortes nevralgias recidivas que se irradiam na cabeça, nos ombros e nos braços, ou ainda de distúrbios da meninge e de vertigens.
Lesões Toráxicas- ocorrem após um choque ou um traumatismo brutal ocasionadas por um movimento intempestivo de flexão, de distensão, de inclinação ou de rotação do tórax, essas lesões afetam as vértebras dorsais quanto às costelas.
Lesões Lombares – como no caso precedente, as lesões osteopáticas que afetam as vértebras lombares, com ou sem deslocamento dos discos, podem ter como causa um exagero dos movimentos de flexão, de distensão ou de rotação. Segue-se o aparecimento de lumbago, que pode até surgir após um esforço mínimo, se não de uma ciática refratária aos outros tratamentos.
Lesões sacro-ilíacas - a articulação que liga o sacro ao osso ilíaco, embora sustentada por fortes ligamentos, pode ser considerada como suscetível de deslocar sob o efeito de um violento choque traumático que ocorre nesse ponto; a cada deslocamento do sacro, tanto para frente como para trás, corresponderá um deslocamento do ilíaco no sentido oposto.
Hipóteses de ação da Vertebroterapia
Como muitas terapêuticas que ainda não receberam a consagração oficial dos meios universitários – a Vertebroterapia- ainda continua contestada do ponto de vista de sua eficácia e de sua realidade clinica; e , no entanto, ela já conta com um número impressionante de curas. O osteopatapa, que para confirmar seu diagnóstico, serve-se das mãos e principalmente da extremidade digital, pode detectar a lesão vertebral, mesmo mínima, e, com certo treino e uma sensibilidade acrescida ainda pela experiência, é capaz de perceber e registrar as menores modificações surgidas no seio dos tecidos paravertebrias.
Além disso, a experiência provou que quando se examina dessa forma uma coluna vertebral, constata-se que a s lesões sempre se encontram na altura dos pontos de maior sensibilidade, os quais, aliás, coincidem com as zonas de contratura muscular. “A sutileza do diagnóstico” e a necesidade do “dedilhado” na execução das manipulações corretivas assim o exige. A utilidade dessas manobras ficará a cargo do osteopata que julgará se são oportunas; na realidade, a vertebroterapia, como todas as terapêuticas, só será aplicada se o estado do paciente o exigir.
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