Descobertas sobre carris - De comboio pela Europa
(Super Interessante nº136)
Viajar em InterRail, passou a estar ao alcance de todos.
Se em 1998, deixou de haver limite de idade para estas viagens, desde 2007, está disponível um passe de 1ª classe, para os mais endinheirados.
O livro de António Pedro Nobre - InterRail para todas as idades – é uma actualização do seu “Guia de Mochileiro”.
Dá-nos dicas para explorar a Europa, ajuda a combater o preconceito de que é só para estudantes e mochileiros, ou que as viagens são de 2ª categoria.
Além de explicar o que é o InterRail, ajuda a tirar partido de vantagens nos meios de transportes de ligação, em estadias, restaurantes, museus e monumentos.
Permite conhecer o sistema rodoviário de 30 países, sítios a visitar, cultura, povos, gastronomia e ainda serviços úteis, comunicações, saúde e segurança.
A Europa, conhecida pelo Velho Continente e os seus países, é um cadinho de cultura, história, tradições e formas de viver.
De Portugal, os comboios para a Europa, fazem viagens nocturnas e nas viagens entre a ida e a volta, perdem-se dois preciosos dias.
Ou se apanha o Sud - Express, para Hendaia, o que não deixa de ser uma viagem gratificante, uma autêntica “Torre de Babel”, sobre carris, onde se pode partilhar couchette com coreanos, romenos, italianos, emigrantes asiáticos, americanos e ter uma experiência enriquecedora.
Ou como melhor opção, apanhar o avião para uma cidade do centro da Europa.
Apesar do avião ser o meio de transporte mais rápido, o tempo para o sheck-in, a espera pelas bagagens, o transporte de e para o aeroporto, não compensa a maravilha que é viajar de comboio.
As paisagens que passam diante dos nossos olhos, cidades, aldeias, castelos, lagos e montanhas, o conforto e a liberdade de se levantar do lugar, esticar as pernas, tomar uma bebida no vagão-restaurante, são sem dúvida sensações inesquecíveis.
Apesar do carro nos dar autonomia, os problemas com o trânsito, estacionamento, formalidades, horas de ponta, entre outros, dão nítida vantagem quanto a mim, às viagens de comboio.
Naturalmente que as estações de caminho de ferro, me seduzem, por toda a azáfama que nelas se verifica.
Por elas passam passageiros das mais diversas nacionalidades, raças e estratos sócias.
Típico, são também os carrinhos de bagagem, os altifalantes a avisar das chegadas, partidas ou atrasos.
O apito das locomotivas e toda a algazarra de vozes, matem-nos atentos e curiosos.
No ar, o cheiro a comida, a café fresco, a chocolate quente, a perfume e o inevitável cheiro de alguns dos corpos viajados.
Na minha imaginação, bailam perguntas, sobre para onde vão estas pessoas, quantos quilómetros já fizeram ou farão, há quantas horas viajam, que histórias de vida se cruzam com a minha?
É nestas alturas que dou comigo também a pensar, o que é na verdade viajar?
Há quem viaje sem sair do seu lugar, como referia Angie, no filme Smoke, de Wayne Wang, porque todo o mundo lhe entrava pela porta da tabacaria.
Ou quem conheça a Colômbia lendo, Garcia Marquez, ou o Mali, ouvindo Salif Keita, ou conheça a antiga Jugoslávia, pelos filmes de Kustorika.
Por mim, preocupo-me em conhecer as cidades, misturar-me com as pessoas, indo aos mesmos sítios, convivendo com as famílias.
Gosto de ser viajante e não simples turista que vai onde o levam, com tudo previamente agendado.
Para não ficar sempre com a sensação de “one night stand”, mudei-me por uns tempos para a República Checa, onde me integrei na sociedade e acabei de me sentir como numa 2ª casa.
Contudo, ainda não realizei a viagem da minha vida, mas como sou muito novo, tenho todo o tempo do mundo pela frente e muitos comboios à minha espera, para concretizar o meu sonho.
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