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Visão
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Em plena campanha eleitoral para as eleições legislativas em Portugal, em que os partidos tentem convencer o eleitorado para a necessidade e utilidade do voto em cada um deles, esgrimindo argumentos, fazendo previsões, conjecturas, degladiando-se os lideres para fazerem prevalecer as suas ideologias e filosofias políticas, chamou-me a atenção um artigo da revista Visão, publicado no passado dia 17 de Setembro de 2009.
O titulo, deveras sugestivo: "Muito barulho por nada? O frente-a- frente televisivo entre os candidatos às eleições podem servir para muita coisa - menos para ganhar votos". Este "menos para ganhar votos", suscitou-me curiosidade. O que estaria por trás deste argumento? De facto, como mais adiante se pode ler no dito artigo, na opinião da investigadora Rita Figueiras, os frente-a-frente estão associados a "uma dimensão de performance, interessando mais o sentido do espectáculo do que os conteúdos propriamente ditos".
A participação política dos cidadãos é essencial na democracia actual. Pode definir-se, essa participação, de um modo geral, como toda a actividade dos cidadãos, no sentido de intervirem nas decisões dos seus representantes políticos e na designação dos seus governantes e na sua eleição. Esta participação assume formas de mobilização variadas: sufrágio individual, processos de acção colectiva e outros modelos, uns mais convencionais que outros. Estas actividades de participação pública fazem-se normalmente através de acções legais (greves, abstenção eleitoral, “buzinões”, manifestações), quando autorizadas pelas autoridades competentes, tentando deste modo influenciar certas medidas tomadas pelo governo, que em sua opinião podem ser prejudiciais para a sociedade onde se inserem.
A participação política também se faz a partir da participação eleitoral, que implica votar nas eleições ou abster-se e, com estas decisões, o cidadão está a “julgar” o sistema político, a legitimar as suas instituições e a avaliar quem está até essa altura no poder. Neste campo das eleições, o papel desempenhado pelos media acaba por transmitir, eu diria voluntariamente, valores e padrões de conduta, socializando muitas gerações, são instituições constituídas por sujeitos em intensa e contínua interdependência entre si. Os efeitos dos acontecimentos mediatizados, avaliam-se pelas consequências e no modo como vão ser compreendidos e vividos, através do seu significado apreendido pela opinião pública, como esta os interpreta e como se deixa afectar por eles, onde a rádio, os jornais e sobretudo a televisão, permitem o contacto directo entre o político-comunicador e o eleitor-espectador, o que faz da escolha eleitoral, uma escolha reactiva, já que os eleitores tendem a responder nas "urnas de voto" às questões e promessas apresentadas pelos candidatos nas campanhas.
Por outro lado, o aumento da utilização das sondagens de opinião, funciona como um instrumento que partidos e candidatos utilizam para compreender o que os cidadãos eleitores pensam das suas políticas, através de factores conjugados, como por exemplo, aos dirigentes políticos interessa-lhes imputar aos media e às sondagens a responsabilidade de algumas das suas derrotas.
Essas informações são depois utilizadas na preparação dos programas eleitorais e na construção do discurso político. A cobertura das eleições por parte dos Media, baseia-se por isso, na pesquisa de intenção de votos que são encomendadas a instituições divulgadas por eles próprios (em Portugal por exemplo e, passe a publicidade, a Markteste e a Universidade católica). As campanhas políticas assentam, cada vez mais num só rosto. O eleitorado vota mais num rosto do que num programa, ou como disse numa entrevista o senador do PT Fernando Henrique Cardoso, efectuada por Cristovam Buarque e publicada no jornal "O Globo," em 29.11.2004, “[…] Hoje não existe nada sem mídia. Na política actual, parafraseando Descartes (“penso, logo existo”), “estou na TV, logo existo”. Se você não é virtual, você não existe”.
Apesar da televisão ou os demais meios de comunicação social não resolverem uma eleição, contribuem e influenciam, de uma forma mais ou menos abrangente e segundo as circunstâncias, as opiniões das massas e as suas representações. Nesse sentido, de uma forma quase que promiscua, a disputa da opinião pública através dos media, resulta numa construção, não de opiniões racionalmente políticas, mas numa construção de imagens dos políticos, aos quais o público adere e define as suas preferências de uma forma afectiva.



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