Escuta, Zé Ninguém!
(Wilhelm Reich)
Escuta, Zé-ninguém!, livro escrito por Wilhelm Reich no verão de 1946, para o instituto Orgone, sem que se tivesse a intenção de publicá-lo, foi, porém, editado em 1947, pois tentaram destruir o Instituto e denegrir o trabalho desenvolvido por lá, não comprovando crimes ou erros, mas atacando sua honra.
Este é um livro diferente, se comparado a outros livros de psicologia, pois o autor buscou uma forma de fazer com que as pessoas percebessem que são livres e que isso implica em grande responsabilidade por parte de cada um. Seu texto faz com que façamos uma reflexão sobre o que temos feito com a nossa própria vida e, por conseqüência, com a dos outros.
Este livro nasceu da batalha interior travada por Reich e foi uma resposta às calúnias levantadas ao seu trabalho de pesquisador e às perseguições sofridas por este. Na época na qual foi escrito, a sociedade não poderia compreender, que algumas entidades governamentais, com a missão clara e objetiva de proteger a saúde, pudessem ser capazes, em conivência com políticos da pior espécie, de atacar o trabalho de investigação de Reich e seu instituto.
Cientista e médico, durante algumas décadas, Reich passou por várias experiências observando o homem comum e viu o que este pode fazer consigo mesmo. Examinou atentamente e reparou que quando o homem comum consegue chegar ao poder, ao topo, como representante de seu povo, depois de tantas lutas, utiliza sua conquista de forma errada e às vezes chega a ser mais cruel do que quem estava outrora no comando e o explorava.
Na visão de Reich, todo grande homem já foi algum dia um Zé ninguém, que acabou desenvolvendo a qualidade de reconhecer em quais áreas era limitado no agir e pensar. Segundo o cientista, o grande homem é aquele que reconhece sua pequenez e mediocridade e, quando e em que é pequeno. O homem pequeno é aquele que tem medo de reconhecer-se pequeno e tenta mascarar sua deficiência com força e grandeza alheias; é aquele que tem orgulho não de si mesmo, mas de outros. De acordo com Reich a única coisa que vale a pena é viver bem e de forma alegre, escutando a voz do coração, e não deixando que o sofrimento, a tristeza, a decepção, lhe transformem em uma pessoa dura e amarga.
Em 1956, Reich foi julgado e condenado a dois anos de prisão, morrendo na penitenciária de Ludwigburg, na Pensilvânia, pois havia desobedecido uma ordem judicial que o proibia de vender “falsos instrumentos médicos”, tais como o Acumulador Orgone e orgone "shooters," que, segundo ele, podiam receber e distribuir a energia orgone, tornando desta forma possível a cura de quase toda doença.
Reich acreditava e afirmava ter criado uma nova ciência, a orgonomia, e ter descoberto outras entidades, como os bions, que até hoje só os orgonomistas conseguem detectar.
Texto curto e muito interessante de se ler, pois nos faz refletir sobre como somos mesquinhos e não nos damos conta disso.
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