A Partida
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Sabe quando já ficou claro que uma determinada atitude já não se sustenta mais, e ainda não existe uma nova atitude consolidada no lugar da antiga?
Aquela sensação de estar numa daquelas pontes entre montanhas, com o desfiladeiro abaixo centenas de metros, onde qualquer vento já desestabiliza o andar?
Um dos últimos filmes que assisti, "A Partida", traz alguns simbolismos fortes dessa passagem, dessa transição. Um filme japonês, que traz a força do silêncio, da comunicação não-verbal, do sentir.
Um jovem violoncelista do interior do país se esforçara para ter um lugar numa orquestra de Tokyo. Ficou chocado quando a orquestra em que havia conseguido o posto foi dissolvida.
Nesse momento lá estava a ponte bamba à sua frente, instável, insegura e sem nehuma garantia de levá-lo ao outro lado.
O bonito do filme é assistir a caminhada dele pela ponte, como um samurai, sendo o principal apoio a sua própria verdade - voltar para o interior, aceitar um emprego sem saber exatamente do que se tratava, fazer uma tarefa rejeitada por quase todos. A volta para o interior foi uma volta para si mesmo, um caminho para o sentir, para uma verdade independente de tantas crenças pessoais e coletivas, independente de tantos gostos e aversões.
O filme trata da morte, do corpo físico, mas principalmente da morte de um paradigma. A partida de um modelo para um novo, onde o medo pode dar lugar a talentos antes desconhecidos, a rejeição pode dar lugar à compreensão, onde o futuro pode ser um lugar que já existe agora.
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