Orgulho
(Carlos C. de Andrada)
ORGULHO Oorgulho é o sentimento mais idiota do ser humano. E também um dos mais maléficos e destrutivos. Por orgulho, se mata, aprende-se a prejudicar os outros e a ser desonesto, as pessoas deixam de cumprir compromissos e obrigações básicos na educação universal. Tudo por causa de bobagens e besteiras que se potencializam no orgulho como falsas questões de honra e dignidade. Aliado a outros sentimentos perigosos, como medo, vaidade e ódio, o orgulho produz estragos imperdoáveis e incalculáveis. Por que será mesmo que George W. Bush decidiu invadir o Iraque? Ou por qual motivo a Rússia não referenda e dá uma chance de trégua à Chechênia? Ou como pode ainda acontecer de os japoneses não se desculparem e indenizarem chineses e coreanos pelos massacres e genocídios ocorridos na primeira metade do século XX e durante a Segunda Guerra Mundial? Eu poderia citar outros exemplos, como o ultrajante e absurdo orgulho da Turquia e seu governo em nem sequer reconhecer como verdadeiras as atrocidades cometidas contra os povos armênio, curdo, sérvio, búlgaro e grego no decorrer da ascensão e declínio do império otomano. O orgulho é, na maioria das vezes, acompanhado pela mentira, pelo exagero e pela parcialidade. Pessoas orgulhosas, e eu sou uma delas, portanto falo com propriedade, se ofendem facilmente e se irritam com coisas leves, ou até inventam provocações que nem mesmo existiram. Os orgulhosos se gabam de ser espertos, mas estão mais para paranóicos do que para inteligentes e objetivos. Querem dizer que têm sempre razão ao reagir, porém jamais se esforçam para melhorar as coisas, e sim fazem de tudo para perseguir e agredir os outros. Como todos os outros sentimentos corrosivos, o orgulho vai tomando conta da mente da pessoa, ela começa a pensar racionalmente orientada por atitudes orgulhosas que se repetem. Enganadas pelo orgulho, pessoas que tem capacidade para fazer muitos projetos que contribuiriam à humanidade acabam se aniquilando e neutralizando suas atividades, às vezes paralisando suas metas e outras invertendo seus valores, voltando seus talentos para realizar atos malignos e consternadores. Chega uma hora em que a pessoa nem sabe como começou nem como pôde chegar a um tal orgulho extremo, entretanto já é tarde demais e erros, mágoas e até crimes já foram consumados. Quem é orgulhoso não reconhece nunca um erro nem jamais pede desculpas por nada. Ao contrário, inverte as situações, acusando os outros, apontando o dedo, vociferando, gritando, xingando, ofendendo e insultando um suposto adversário ou “folgado”, batendo e espancando muitas vezes até mesmo quem o ajudou no passado, no começo de uma fase qualquer, matando quem reivindica obrigações e reage a patifarias e canalhices que têm sua associação, origem e responsabilidade no próprio orgulhoso. O orgulhoso nega ter de enfrentar as conseqüências de seus atos. Acha que a culpa de tudo que é errado é do outro, que ele não tem nada que ver com os problemas que gera e que ocorrem ao seu redor. O orgulho talvez seja inda pior que a raiva, o medo e a tristeza, porque estes sentimentos são legítimos do ser humano e manifestam-se em várias situações e ocasiões, que, querendo-se ou não, a contra gosto ou de modo natural, aceita-se que ocorram durante todo o período de vida. No entanto, o orgulho é mais elaborado, precisa de mais fatores racionais para se manter e “infectar” quem o acolhe, nutre e cultiva.
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