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Bocage: Biografia
(Rodriguez)

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  Manuel Maria Barbosa du Bocage nasceu em Setúbal em 1765. a sua mãe, de origem francesa, deu-lhe o apelido. Do pai, o advogado José Luís Soares Barbosa, poeta nas horas vagas, leitor de Young, terá recebido, como o próprio diz, a sã doutrina... caudal cristão de méritos fulgores... Órfão de mãe aos 10 anos, faltou-lhe a força suave que poderia corrigir-lhe a irrequietude do temperamento. Deixa as aulas de latim aos 14 anos, para assentar praça no regimento de Infantaria 7.
    À severidade dos estudos da Sala do Risco, do Arsenal, desde logo preferiu a frequência do Agulheiro dos sábios, no Rossio. E esses primeiros cinco anos de Lisboa em grande parte decorreram na boémia: tertúlias de café, arruaças, doestando frades, nos outeiros, enfeitiçando freiras.
    Em 1786 parte para a Índia, com escala pelo Rio de Janeiro, onde teria ficado, se o Vice-Rei Luís de Vasconcelos  e Sousa tivesse acedido ao seu apelo. Este percorrer dos velhos caminhos da glória do seu povo dilata-lhe o peito. Acompanham-no duas presenças espirituais: Camões, a cada passo evocado nos versos d’Os Lusíadas, que inspiram os próprios ou por eles são decalcados, e Gertrúria, a quem escreve na Epístola I.
    Por uma portaria do Príncipe Regente, foi promovido a guarda-marinha para os mares do Oriente, apesar de ter desertado do curso que para tal posto o preparava. Os poemas que escreve na viagem dão expressão aos sentimentos que lhe inspiram a resolução de se dignificar pela carreira das armas. Chega, porém, a Goa, frequenta a Aula Real de Marinha, bate-se com valor que lhe merece elogios e a promoção a tenente de Infantaria, mas não tarda que os espectáculos da decadência militar e moral lhe entumeçam a veia cáustica. 
Colocado em Damão, logo deserta para a China, onde, depois de viagem na fome e na miséria, estacionou em Cantão e chegou a Macau. Dos próprios versos que ali escreve, ficam evidentes a simpatia com que é recebido e a generosidade que lhe facilita o regresso a Lisboa. Deste seu poder de sedução pessoal dá testemunho a página que Lord Beckford escreveu sobre um encontro com o poeta, que mais do que nenhum outro português impressionou o espírito do britânico frio e irónico.
    Já na capital, entra para a Nova Arcádia pelos seus talentos de poeta, mas, não tardou o inconformismo do boémio e também a altivez do Sultão do Parnaso, como foi chamado, a criar-lhe conflitos com os confrades, entre os quais Caldas Barbosa, alma da organização. Preso em 1797 por ideias subversivas do trono e do altar, vem a transitar da prisão do Estado para a Inquisição, muito por influência dos amigos, que lhe conseguem converter o crime político em manifestação heterodoxa. É, então, enviado para o convento das Necessidades, onde, a exemplar actividade dos Oratorianos lhe foi benéfica no reavivar do francês, latim e italiano. Uma vez livre, ganha, como tradutor  o seu sustento próprio, bem como o da irmã.
    Aos 39 anos, morre Bocage, depois de lhe ter sido diagnosticada uma doença que viria a ser de longa expiação. Na perspectiva da morte inevitável, o poeta, minado por um aneurisma, perde toda a antiga agressividade, reconciliando-se até com antigos rivais e inimigos, de entre os quais, José Agostinho de Macedo, contra quem escrevera uma das suas mais célebres composições: Pena de Talião. Reconcilia-se ainda com Deus, nos seus sonetos Meu ser evaporei na lide insana... e Já Bocage não sou...
   



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