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Capítulo XXIV: O problema da mão-de-obra
(Celso Furtado)

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Apesar da expansão do setor de subsistência, a insuficiência de mão-de-obra ainda era o problema central.
A idéia de abolição era temida como uma “Hecatombe”. Para uns, era tida como perda de ativos, uma vez que o escravo era uma “riqueza”. Porém, para outros, a abolição livraria os empresários de imobilizar os capitais.
Na verdade, a abolição da escravatura não era nem destruição, nem criação de riqueza, mas, sim, uma redistribuição de propriedade.
Em casos especiais, essa abolição se daria através de uma transformação formal dos escravos em assalariados. Isso ocorreu em algumas ilhas das Antilhas.
O caso extremo oposto seria aquele em que os escravos, após liberados, tenderiam a sair das antigas plantações e dedicar-se à agricultura de subsistência.
No Brasil, não ocorreu nenhum desses casos especiais. Porém, a região açucareira se aproximou mais do primeiro caso, e a cafeeira do segundo.
Os escravos que abandonaram os engenhos tiveram grandes dificuldades de sobrevivência. As terras de uso mais fácil já estavam ocupadas e nas cidades já havia excedente de população. Assim, ficou limitada a mobilidade da mão-de-obra. Com salário baixo, a mesma foi retida sem nenhuma redistribuição de renda significativa, pois a demanda externa estava em baixa.
O final do século se caracterizou por mudanças importantes na economia mundial açucareira, devido a libertação política de Cuba.
Na região do café, as conseqüências da abolição foram variadas. As regiões iniciais estavam erodidas e a estrada de ferro ampliou o não favorecimento das mesmas.
A abolição gerou fluxo para as novas áreas ou para a economia de subsistência. A situação favorável da região cafeeira fez com que os antigos escravos tivessem salários relativamente altos. Assim, provocou-se uma redistribuição da renda em favor da mão-de-obra.
Havia uma preferência dos ex-escravos ao ócio, que, não imbuídos na lógica da acumulação, provocou uma redução da jornada de trabalho.
De uma forma ampla, a abolição da escravatura tinha um caráter mais político que econômico e que a escravidão tinha mais importância como base de um sistema regional que como forma de organização de produção.



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