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Capítulo XXVII: A tendência ao desequilíbrio externo
(Celso Furtado)

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O sistema econômico assalariado encontrou vários problemas em sua efetivação. Sendo um deles, o fato de o país não conseguir se adaptar às regras do padrão-ouro, que era a base de toda a economia internacional naquela época.
A teoria monetária do século XIX era usada para explicar a realidade européia. Ela baseava-se no princípio de que, se todos os países seguissem as regras do padrão-ouro, o ouro disponível tenderia a distribuir-se em função das necessidades do comércio interno de cada país e das do comércio internacional.
Assim, ficava implícito que se um país importava mais que exportava, ele deveria exportar ouro para reduzir seu meio circulante. Logo abaixaria os preços, estimulando as exportações e desestimulando as importações, até que o país corrigisse seu desequilíbrio na balança de pagamentos.
Na economia brasileira desse século, o número de importações era elevado e seus desequilíbrios na balança de pagamentos eram amplos, pois mostravam as quedas violentas de preços das matérias-primas no mercado mundial.
Na época do sistema escravista brasileiro, esse desequilíbrio não acontecia, mesmo que a procura monetária fosse igual às exportações e ela se transformasse em importações. Isso só ocorre quando há o regime de trabalho assalariado.
Quando a crise nos centros industriais afetou os preços dos produtos primários, abaixando-os, reduziu de imediato a entrada de divisas no país de economia dependente. Enquanto isso, o efeito dos aumentos anteriores do valor e do volume de exportações continuava a propagar-se lentamente.
Por outro lado, a procura de importações continuava crescendo, mesmo com a redução da oferta de divisas. Assim, caberia mobilizar as reservas metálicas, que deveriam ser em grandes proporções para que funcionasse o padrão-ouro.
Para os países industrializados, a crise tem como conseqüência a contração das importações, a baixa de preços dos artigos importados e a entrada de capitais.
Já para os países de economia dependente, a crise tem como início uma queda no valor das exportações, devido a uma redução no valor unitário dos produtos exportados ou nesse valor e no volume total das exportações.
Por isso, as economias dependentes estavam condenadas a desequilíbrios na balança de pagamentos e a inflação monetária.
Durante o século XIX, não aconteceu, na Europa, nenhuma elaboração de teoria monetária fora do mecanismo do padrão-metálico. Assim, o Brasil esteve preso por vários preconceitos doutrinários em matéria monetária, que eram regras do padrão-ouro.



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