A obsessão do fogo
(Umberto Eco e Jean-Claude Carrière)
De um encontro em Paris entre Umberto Eco, um dos mais respeitados pensadores e romancistas da actualidade e o cineasta e ensaíta Jean-Claude Carrièrre, nasce um extraordinário diálogo conduzido por Jean-Philippe de Tonnac, em torno do papel dos livros no decurso da história.Em A obseção do fogo, somos levados a percorrar mais de dois mil anos de história sobre livros, seguindo uma discussão erudita e divertida, culta e pessoal, filosófica e anedótica, curiosa e apetecível, plena de ironia, astúcia e referências culturais. Atravessamos tempos e lugares diversos; encontramos personalidades reais e personagens fictícias; deparamo-nos com o elogio à idiota, bem como com a paixão pelo coleccionismo; compreendemos a razão pela qual cada época gera as suas obras-primas. Se o livro electrónico acabar por se impor em detrimento do livro impresso, há poucas razões para que este último seja expulso das nossas casas e dos nossos hábitos. O e-book não matará o livro. Assim como Gutemberg e a sua genial invenção não suprimiram de um dia para o outro o uso de códices, nem este o comércio dos rolos de papiro ou volumia. As práticas e os hábitos coexistem e apreciamos acima de tudo o alargar do leque de possibilidades.A questão é antes saber que alteração introduzirá a leitura em ecrã ao que acedemos com esses novos livros em branco, e acima de tudo o que perdemos. A ideia de encerramento que o livro simboliza, e por isso mesmo caramente certas práticas de leitura. O equilibrio entre a nobre virtude intelectual e a vil imbecialidade, produz um resultado bastante neutro. Se os livros são o reflexo exacto das aspirações e aptidões de uma humanidade em busca de uma existência melhor e maior, então devem necessariamente traduzir esse excesso de honra e essa indignidade.
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