Resumo de Na Pele de um Dalit

Na Pele de um Dalit - A História Real de um Jornalista que Viveu entre os Intocáveis, os Homens mais Discriminados da Índia - Ele se dispos a se transformar em indiano intocável. O que aconteceria se um francês, criado no conforto da sociedade ocidental, se transformasse de repente em um dos seres mais indigentes do planeta: indiano e intocável? Como suportaria esse novo tipo de vida? Como veria o mundo? Experimentaria as mesmas alegrias, dores e sensações de antes? Descobriria a Índia, país fabuloso, com seus marajás, caçadas aos tigres em selvas impressionantes, habitadas por papagaios e elefantes, templos barrocos e sábios meditando sobre tábuas com pregos, vacas sagradas, os horríveis leprosos e o mendigo mirrado que morre diante do turista, sobre uma calçada em Calcutá. Tantas imagens de Épinal, visões exóticas que a metamorfose em intocável indiano sem dúvida destruiria.

O autor narra que conviveu com os leprosos, os mendigos, os barqueiros, e toda espécie de gente de extrema pobreza. Ele aprendeu a língua Hindi, pintou os cabelos de preto, usava produto na pele para se bronzear e assim ficar parecido com os hindianos. Ele viveu literalmente a vida de um dalit, durante seis semanas. Enturmou-se aos mendigos e passou a viver uma vida que ninguém deseja nem para os outros. Dormir na sarjeta, comer do lixo e da mendicância, aguentar a sujeira e lugares fétidos. Presenciou na pele o sofrimento dos indianos sem casta, ou seja, dalits.

Na Índia não há respeito nem solidariedade com os milhares de miseráveis, principalmente os aborígenes, população mais desprezada, são tratados como animais. Na Índia, na sociedade hierarquizada das castas, o indivíduo que pede ao outro lhe é inferior. O mendigo deve aceitar tudo, submisso, dócil. Um em cada quatro indianos é intocável mas o respeito e a piedade pelo mais fraco não existem. São oprimidos, esmagados. O jornalista sofreu grandes sofrimentos e horríveis humilhações como dalit, até que decidiu se transformar em Marc Boulet novamente.

Ele dizia "Há seis semanas sou indiano. Seis semanas apenas. E, no entanto, tenho a impressão de ter vivido anos, até mesmo toda uma vida, como intocável. Toda, porque me sinto um velho. Não espero mais nada e não admito mais lutar nem sofrer. Estou pronto para morrer. Quero morrer, ser libertado do fardo da existência de Ram Munda".

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