Mais um entre milhares (capitulo 1 era uma vez)
(Richard Silva da Cruz)
Saiu em tudo lugar até mesmo no estrangeiro o dia que a cidade do rio de Janeiro parou por causa da guerra entre traficantes e gambés, não eu não vi na televisão nem mesmo me contaram na fila do mercado eu fui testemunha ocular eu estava lá presenciei um dia de caos total podendo se comparar com a guerra do Vietnã, helicópteros caindo explosões de granadas e tiros incessantes de metralhadoras e fuzis e digo logo de inicio não para sua outra pergunta, não moro no morro e também já é claro que eu não era um dos 200 policiais que invadiram o morro eu estava no outro lado da lei o lado que naquele dia resolveu ir pra guerra. Mas para você entender essa história direito vou precisar contar outra história a da minha vida.
Era uma vez... Era uma vez ? Não é assim que começa as histórias com finais felizes?! Então essa foi uma infeliz forma de começar a “história” da minha vida, que não foi um conto de fadas e nem esses relatos de que vemos no dia-a-dia de pessoas que venceram na vida mesmo com as adversidades que o puxavam para trás, então a melhor forma de começar esse pesadelo é :
Em um dia comum na cidade de São Paulo na favela de Paraisópolis na zona sul paulista eu Josué Graça de Jesus morri
Alvejado por balas cortantes de HK que furarão meu corpo como papel cortado por hélices de avião de guerra, não fique assustado pela maneira rude e sem jeito de narrar como eu já disse minha vida (ou morte), pois por toda ela não tive a educação necessária para fazer tal feito de literatura, mas sei o suficiente para entender que comecei pelo lado errado da narração, comecei por minha morte mais uma entre milhares que acontecem na maior cidade metropolitana do Brasil meu Brasil ô pátria amada.
16 de setembro de 1990 dia do nascimento de “mais um entre milhares”, eu sempre me vi assim não sei por que talvez para não me sentir tão sozinho seria uma maneira eu sei estranha de se ter uma família, saber que como eu tem outros Josués por ai, então voltando ao meu nascimento, que ocorreu na rua, em uma fila esperando o atendimento em frente à maternidade, isso eu nasci na rua pelo simples fato de minha mãe não conseguir vaga para me dar a luz e eu acabei nascendo ali mesmo lembro bem na minha infância ainda, minha tia contando o motivo do meu nome– Seu pai aquele bêbado sem vagabundo colocou esse nome falando para quatro ventos que você era um milagre, graça de Jesus, nascer na rua e ainda assim viver, quando até mesmo sua mãe morreu HAHA não vejo milagre algum na minha frente, só vejo um neguinho sem futuro ! – falava ela fumando o seu terceiro maço de cigarros do dia acompanhado da cervejinha que ela me mandava pegar fiado enquanto indagava o meu triste começo de vida. Quando eu escutava isso as palavras dela ecoavam na minha mente aquilo martelava na minha cabeça e por um bom tempo cheguei a pensar que minha mãe morreu por minha culpa, para me dar a luz (fato) mas tinha a certeza que se tivesse tido a oportunidade de conhecê-la ela seria a única pessoa que eu teria alguma emoção parecida com amor pois até hoje não sei o que é tal sentimento.
Os anos seguintes à morte da minha mãe foram de casa em casa, meu pai me deixava com os vizinhos até à hora de ele voltar da obra onde trabalhava ou voltar do bar onde ele passava sempre depois do serviço.Depois da perda da minha mãe ele não segurou muito a barra virou motivo de dó se entregou à bebida e ao jogo seu outro vicio chegando ate um dia a sumir por três dias seguidos sem me buscar minha vizinha encontrou ele caído na sarjeta era lamentável a situação que ele tinha chegado.
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