Resumo de A Gazeta -

Rapaz injeta remédio para animal na veia e corre risco de morte
Família diz que situação é crítica e quer aconselhar os jovens; vítima não consegue se locomover,nem enxergar direito e foi levada para o HGE
Gazetaweb- com Dulce Melo
A família do jovem Pedro Almeida Reis, de 21 anos, vive uma experiência dolorosa. Ele é mais uma vítima da vaidade e das consequências dos medicamentos aconselhados para animais e utilizados de forma indevida por humanos que tentam a todo custo adquirir em curto espaço de tempo uma musculatura exagerada. Na noite desta sexta-feira (23), Pedro – que mora em Pindorama, pertencente a Coruripe - foi conduzido em estado precário para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Segundo um amigo da família, ele perdeu os movimentos das pernas e grande percentual da visão.

O amigo de Pedro, identificado como Márcio, disse que há 15 dias o rapaz usou remédio para porco e gado e teve a primeira crise. Foi levado para o hospital local, em Pindorama, depois para o de Coruripe, medicado e aconselhado pelos médicos a não repetir o ato.

“Na ocasião, o médico disse que ele não fizesse mais uso do remédio e falou do que poderia ocorrer caso insistisse. Mas, no sábado passado, a mãe o flagrou aplicando na veia. Hoje, ele teve uma crise fortíssima, as pernas estão enrijecidas, perderam os movimentos, ele não anda de forma alguma. A visão também está prejudicada e a médica que o atendeu disse à família que agora ele está nas mãos de Deus”, diz Márcio.

Uma irmã da vítima o acompanha no HGE e a família, diante da situação, quer fazer apelo aos jovens para que não se submetam a esse tipo de fantasia que leva à morte.

Em todo o Brasil, a aplicação de Potenay (remédio para cavalo), é adotada por muitos jovens que frequentam academias de musculação. Eles tentam mudar o porte físico para chamar a atenção. Em Maceió, algumas operações das polícias já conseguiram prender distribuidores e apreender grande quantidade de medicamentos de uso veterinário, inclusive donos de academia que comercializavam entre os alunos.

O professor de musculação, Auriberto Teixeira do Nascimento, conhecido como “Beto”, que tinha uma academia no bairro Ouro Preto, foi preso em janeiro de 2007, em flagrante, e com ele encontrados vários medicamentos de uso proibido, entre 79 frascos de Potenay (40 frascos secos, 35 frascos cheios e 04 utilizados parcialmente), 143 seringas descartáveis, 310 agulhas descartáveis. Ele era acusado, á época, de vender e aplicar os remédios sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No ano passado, foi condenado a cinco anos de reclusão.

Embora, tenha sempre uma atenção voltada para o tipo de problema, muitas suspeitas ainda são levantadas pelas autoridades competentes. Nas academias de toda a cidade, é comum ver o desenvolvimento rápido dos músculos dos jovens o que levaria segundo especialistas, tempo para ocorrer se dependesse apenas dos exercícios.

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