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A identidade judaica no Brasil e a educação
(Roberto Dana)

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Com a educação nascem os medos 
As formas de absorção desta educação e os motivos que levaram esses descendentes de imigrantes a buscarem na educação seu “porto seguro”, muitas vezes era um complicador na manutenção da cultura e de seus ritos, pois ao se dedicarem a educação superior muitos desses descendentes acabava deixando “órfão” o comércio de seus pais e avós. A ênfase dos judeus na educação acabou deixando muitos avós e pais sem herdeiros para suas lojas. Os imigrantes projetaram nos seus filhos (e estes, nos netos) aquilo que não conseguiram ser e fazer, ou seja, ser um “doutor” no país dos bacharéis. A escolha da Medicina, Direito, Engenharia e Economia por parte dos filhos de imigrantes e netos se deve, entre outros motivos, ao fato de serem “profissões históricas” (Hughes, 1971). Outro fator interessante é que ao adentrarem no meio acadêmico muitos começam relacionamentos (e até casamentos) com pessoas de outros credos e cultura.  O pesquisador Marcelo Gruman, explicita esse medo cultural: Se, por um lado, os pais e avós dos entrevistados judeus viam nos filhos a perspectiva de ascensão social, por outro, a entrada na faculdade e no mercado de trabalho potencializava o “risco” de encontrar um parceiro não judeu. Perguntados sobre as circunstâncias do encontro do parceiro, muitos dos entrevistados judeus afirmam ter sido no ambiente de trabalho ou de estudo. A mesma percepção acontece para os cônjuges não judeus. Redes de amigos, formadas no ambiente de trabalho ou não, também ampliam o leque de oportunidades para se conhecer um não judeu. (GRUMAN, 2007)
Os anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil viveu o processo de redemocratização, especialmente a partir da década de 1950, se caracterizaram pela forte interação dos imigrantes judeus e seus descendentes com a sociedade brasileira, tanto no campo educacional quanto no mercado de trabalho. Parcela significativa dos imigrantes ascendeu socialmente, conseqüência de seu êxito profissional e social, resultando numa reestruturação interna à própria comunidade (Chor,1999;Rattner,1977). Segundo dados da pesquisa de Rattner, entre os profissionais liberais, a maior parcela de judeus era de engenheiros (23,38%), seguidos pelos médicos (20,63%) e pelos professores, incluídos os universitários, secundário e primário (19,54%). 6,92% eram advogados e 6,11% atuavam como administradores de empresas.
Ver seu filho “doutor” trazia uma compensação por todo o sacrifício feito pelos primeiros chegados nessas terras e a educação foi um desses mecanismos que possibilitaram uma rápida ascensão e inserção na esfera mais alta da sociedade brasileira. A relação com o poder (político e econômico), fez com que esses descendentes pudessem atender anseios e sonhos nessas terras que muitos profetizavam na sua chegada como sendo uma nova “Terra Prometida” (fazendo alusão a promessa feita aos patriarcas no Pentateuco). Sabemos que não foram todos os que aqui chegaram que alcançaram esse “paraíso”, contudo a proporção foi grande entre os que alcançaram esse sonho. Muitos voltaram a seus antigos lares (Líbano, Síria, Egito, Alemanha e o recém criado Estado de Israel. Mesmo que esse sonho não fosse visto em sua geração, porém o salto em tão pouco tempo, demonstra a eficiência nos mecanismos e meios (entre o principal a educação) usados por esses imigrantes e seus descendentes dados relativos aos sírio-libaneses dão conta que apenas 14 imigrantes se formaram em Medicina, Direito e Engenharia em São Paulo, ao passo que o número sobe para 167 entre a segunda geração já nascida no Brasil. Truzzi relata bem essa visão:
 O mais notável é que ao cabo de apenas uma geração (o pico da imigração Sírio- Libanesa ocorreu antes da primeira Guerra Mundial) o salto entre a mascateação e o diploma de doutor foi grande, conformando um mecanismo fundamental de mobilidade socioeconômica para a primeira e a segunda geração nascida no Brasil (TRUZZI, 2005).
 



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