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Soprinho
(Fernanda Lopes de Almeida)

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Certamente é na infância que se aprende o prazer da leitura. Lembro-me de quando tinha cinco anos, e minha mãe lia todas as noites um capítulo de um livro infantil, Soprinho, de Fernanda Lopes de Almeida. Eram tão especiais aquelas horas, tão incrível como as palavras me transportavam para um mundo encantado da floresta de Soprinho, que insisti energicamente para que me ensinassem a ler o quanto antes, pois era uma tortura esperar pela hora de dormir, para voltar ao mundo maravilhoso onde fadas, duendes, e outros seres mágicos eram tão reais quanto o meu fervor imaginativo podia conceber, alimentado pelas palavras de alguém que primeiro imaginou. E esse poder, que me foi apresentado atráves da voz terna de minha mãe, contando-me as aventuras de um menino fumaça em uma floresta encantada, vive hoje em mim como amor pelos livros, que nos conduzem ao mundo subjetivo de quem os escreve, que são como viagens dentro de cabeças alheias, que nos apresentam os lugares que idealizaram, seus paraísos e infernos secretos.
Uma biblioteca para mim é como um armário de cabeças, uma guardadora de almas, onde escolhemos onde queremos entrar, que mundo queremos compartilhar por um determinado tempo. Se bem que esse compartilhar não se limita ao momento em que estamos lendo um determinado livro: levamos os livros dentro de nós, e os lugares que visitamos das almas alheias fixam suas impressões em nossa alma, não nos abandonam, e se confundem com nossos próprios lugares.
Até hoje a floresta de Soprinho existe em mim, e seus seres mágicos alegram minhas horas tristes com a lembrança da imaginação pura e feliz própria das crianças.
A obra, originalmente lançada em 1971, já está na décima nona edição, e já rendeu louváveis tributos à sua autora: no mesmo ano em que foi lançado, Soprinho foi premiado pela Câmara Brasileira do Livro com o prêmio Jabuti de melhor livro infantil de 1971.
Outro notável reconhecimento da qualidade da obra foi sua inclusão no acervo permanente da Biblioteca Internacional para a Juventude, de Munique. Mas sem dúvida, o melhor retorno para um autor, ou pelo menos o mais honrado, é saber que sua alma alimentou outras almas com inefáveis palavras, e que contribuiu de alguma forma para fazer do mundo um lugar mais belo.
A personagem Soprinho, que é um menino de composição etérea, feito de fumaça, guia um grupo de crianças em uma expedição por um bosque encantado. Para Fernanda, a autora, ele " representa aquilo que em nós é intuição, inspiração, percepção não lógica, sexto sentido(...)".
Para mim, Soprinho representa o menino-guia que conduziu-me ao amor pela leitura, e me mostrou os lugares preciosos que existem dentro dos livros.



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